sexta-feira, 19 de abril de 2019
Nunca deixe de olhar
"Werk ohne Autor", de Florian Henckel von Donnersmarck (2019)
Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2007 pelo Drama "A vida dos outros", o cineasta alemão Florian Henckel concorreu novamente ao Oscar em 2019 com esse drama "Nunca deixe de lembrar."
Livre cinebiografia do artista plástico alemão Gerhard Richter, sobrevivente do nazismo e hoje com 87 anos, o filme cobre 30 anos na vida de Kurt Barnert. Em 1938, na cidade de Dresden, Kurt, criança, visita com sua tia Elisabeth uma exposição de obras de arte modernas que são depreciadas por um oficial alemão, que considera as obras uma aberração e que vão contra o ideal do nazismo. Elisabeth é diagnosticada como esquizofrênica e pela lei do Terceiro Reich, pessoas com problemas mentais devem ser eliminadas do sociedade. Elisabeth e morta, e Kurt sente a sua ausência, pois ela o ensinava a ser livre e não se deixar abater por nada. Com a guerra, parte da família de Kurt é morta, e no pós guerra, seu pai se suicida. Paralelo, acompanhamos o médico Seeband (Sebastian Koch, o herói em "A vida dos outros" e aqui interpretando um vilão nazista). Foi ele quem ordenou o assassinato de Elisabeth. Já adulto, Kurt conhece Elisaberth, e que descobre ser filha de Seeband. O casal luta contra a autoridade do médico, que proíbe a filha de engravidar de um homem com histórico de familiar doente mental. Kurt e Elisabeth acama fugindo para a Berlin Ocidental, e ele descobre na pintura a sua motivação de vida.
"Nunca deixe de olhar" tem 189 minutos, ou seja, mais de 3 horas de duração!!!! É um épico que não se envergonha de ser totalmente novelão: existem mocinhos por quem torcemos, existe um super vilão e como toda trama novelesca, existe suicídio, aborto involuntário, prisões, etc, tudo feito para que o grande público sofra juntos dos protagonistas. Muita gente poderá torcer o nariz pro filme, não só pela sua longa duração, quanto pelo excesso de sentimentalismo e exageros dramáticos.
Mas quem curte um romance ambientado nos porões da 2a guerra, irá gostar bastante do filme. Com ótimas interpretações e uma fotografia que concorreu ao Oscar 2019, o filme tem excelente parte técnica. Me lembrei bastante de "Guerra fria", de Pawel Pawlikowski: são filmes que apresentam a evolução do amor de um casal que vai do pré-guerra, guerra e pós guerra, enfrentando também a implantação do comunismo no País. Tanto o nazismo quanto o comunismo são vistos pelos 2 filmes como regimes totalitaristas que dizimaram a Arte e a Cultura dos países retratados.
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