sábado, 20 de abril de 2019

High Life

"High life", de Claire Denis (2018) A ficção científica é um dos gêneros favoritos dos cineastas falarem de existencialismo, solidão, metafísica, busca de Deus: Tarkovsky e seu 'Solaris", Kubrick e "2001, uma odisséia no espaço", George Lucas e "Thx1138", entre outros clássicos. A cineasta francesa Claire Denis, famosa por dramas intimistas, se rendeu ao gênero para falar sobre humanidade e reinvenção. Claire Denis ficou famosa pelos filmes "Bom trabalho", "35 doses de rum", "Deixe a luz do sol entrar" e "Minha terra África". Ela experimentou o gênero terror em "Desejo e obsessão", um filme bizarro sobre canibais. Foi ali que ela conheceu o ator Vincent Gallo, que acabou involutariamente sendo inspiração para "High life", Claire Denis deu uma entrevista dizendo que teve uma péssima experiência com Vincent Gallo, e que somente trabalharia com ele de novo se fosse para fazer um filme com ele perdido sozinho no espaço. O roteiro levou um tempo para ser escrito, e Denis queria ter trabalhado com Philph Seymour Hoffman. Com a morte do Ator, ela foi procurada por Robert Pattinson, que se declarou um grande fã de seus trabalhos. Robert Pattinson tem investido em filmes mais ousados e autorais. Claire Denis é das poucas cineastas que possui um prestígio tão grande, que consegue escalar Pattinson e Juliette Binoche e fazê-los interpretar cenas tão estranhas e surreais como aqui em "High life". O filme se passa em um futuro sem data precisa. Uma nave espacial navega o espaço em uma missão especial:. seguir até um Buraco negro e fazer pesquisas. Monte é um dos tripulantes, e Dr Dibbs, a médica responsável pela operação. Logo, Monte percebe que Dr Dibbs na verdade quer fazer experimentos em relação à inseminação artificial. Ela manipula todos os tripulantes ( todos são criminosos , e que fora seduzidos pelo programa espacial que afirmava que eles teriam penas abrandadas caso participassem do evento). Os coloca em quartos de masturbação, e estupra e assedia tripulantes enquanto dormem. Uma de suas vítimas é Monte ( Robert Pattinson), de quem ela recolhe o sêmen e o insemina em uma outra tripulante. O filme tem um roteiro bastante complexo. O ritmo é muito lento e provavelmente irá encher o saco de quem espera uma ficção científica tradicional. Não se deixem enganar pelos rótulos: a divulgação diz que o filme é um terror de ficção científica. Não tem nada disso: é um drama existencialista, onde 70% é somente com 2 personagens: Monte e sua filha, um bebê. Claire Denis é bastante ousada, e acho sinceramente um primor ela conseguir convencer produtores e investidores a bancarem esse filme. Mas infelizmente, acho difícil o filme encontrar espaço de distribuição. Uma pena, pois é um filme muito bonito e que valoriza os silêncios e os tempos mortos, sem pressa de contar a sua história.

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