sábado, 13 de abril de 2019

O direito do mais forte é a liberdade

"Faustrecht der Freiheit ", de Reiner Werner Fassbinder (1975) Incluído no livro "1001 filmes para se assistir antes de morrer", esse filme escrito, dirigido e protagonizado por Fassbinder é uma mistura de "As noites de Cabíria", de Fellini, com "Uma vela para Dario", conto de Dalton Trevisan, porém trazidos para m perverso universo gay. Fassbinder tinha 29 anos de idade quando deu vida ao personagem Franz, e veio a falecer precocemente 8 anos depois, aos 37 anos, em 1982. O filme é um triste e avassalador conto sobre a ganância e a exploração dos mais ingênuos e puros de coração. Franz trabalha no circo e é apresentado como uma aberração, "Foz, o homem sem cabeça". Quando o dono do circo, que também é seu amante, é preso, Fanz é despedido e fica sem dinheiro. Viciado em jogos de loteria, ele aposta seu último dinheiro e acaba ganhando o prêmio máximo. Ele acaba conhecendo o filho de um rico industrial, Eugen, por quem acaba se apaixonando. Eugen no entanto, quer explorar Franz e ficar com todo o seu dinheiro, para investir em sua fábrica que está falindo. À medida que o filme avança, eu ficava cada vez mais angustiado e irritado com a ingenuidade e a cegueira de Franz, que não conseguia enxergar que todas as pessoas à sua volta estavam querendo o seu dinheiro. Somente consegui aceitar o filme pensando que ele foi realizado para ser uma parábola, e que também Fassbinder é um grande fã de Douglas Sirk, o rei dos melodramas americanos dos anos 50, com muito sofrimento de seus protagonistas. Fassbinder adora fazer seus protagonistas sofrerem: foi assim com "O desespero de Veronika Voss", "Martha"e tantos outros, temas que Lars Von Triers se apropriou e levou ao extremo em seus filmes. Fassbinder mostra-se um excelente ator, e o filme apresenta o universo Gay dos anos 70, com seus cabarets e figuras exóticas.

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