segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Um motorista de táxi

"Taeksi Woonjunsa", de Hun Jang (2017) Baseado em história real, "Um motorista de táxi" narra uma emocionante história de amizade que acontece durante o Governo ditatorial que ocorreu na Coreia do Sul em 1980, após a morte do ditador Park Chung-hee, que foi assassinado. Em seu lugar, assumiu o General Chun Doo-hwan, que instituiu uma Lei Marcial, proibindo qualquer manifestação democrática contra o seu Governo. O filme lembra muito o clássico de Rolland Joffé, "Os gritos do silencio", de 1984. Nesse filme, acompanhamos a amizade entre um jornalista americano que cobre a Guerra do Camboja, e a amizade que ele trava com o seu tradutor local. Em " Um motorista de táxi", o protagonista é Kim (Song Kang-ho, brilhante ator de "Sede de sangue", "O hospedeiro" e " Memórias de um assassino"). Endividado, ele mora em Seul de 1980, junto de sua filha de 11 anos. entre trancos e barrancos ele vai se virando, até que conhece o jornalista alemão Peter (Thomas Kretschmann), que quer ir de táxi de Seul até a cidade de Gwanju. Interessado no dinheiro, Kim aceita a viagem, que acaba mudando a sua vida para sempre. Em Gwanju, estudantes e a população fazem frente aos militares, e um grande massacre acontece. Peter grava imagens, e precisa sair do Pais com esse material para poder apresentar ao mundo o que acontece ali, diferente do que o Governo propaga. O filme tem no seu elenco, a grande força que seduz o espectador e o faz acompanhar as suas longas 2:20 horas. Além de Song Kan Ho, o elenco dos taxistas é brilhante. Impossível não se emocionar com a cena final da corrida dos taxistas para salvarem os amigos. O filme aposta bastante no material humano, e em alguns momentos apela pro sentimentalismo, mas nada disso prejudica o filme. Inclusive na nos créditos finais, o verdadeiro Peter apresenta um video procurando pelo taxista, que nunca teve a identidade real apresentada e nunca mais se reencontraram. O filme tem reconstituição de época impressionante, alem de inúmeras cenas de manifestação, deixando claro que o orçamento foi grande. A recompensa foi que o filme representa a Coreia do Sul na disputa por uma vaga para o Oscar 2018.

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