sábado, 28 de dezembro de 2013
Gloria
"Gloria", de Sebastián Lelio (2013)
Quer fazer uma Atriz feliz? escrevam um roteiro onde a personagem dela possa se mostrar Plena, e a atriz consequentemente, possa se entregar ao Personagem. O resultado disso? Esse filme chileno com essa atriz extraordinária, Paulina Garcia, que ganhou o prêmio de melhor atriz em Berlin 2013. Eu sempre falo isso: o ator que se entrega ao seu personagem, não há a mínima chance de um crítico ou juri não abrirem os olhos. E Puta que o pariu, de onde veio essa atriz? Que atuação milagrosa! Ela ri, chora, se emociona, gargalha, goza, fica puta, tudo com mínimos gestos, tudo no olhar. Gloria ( Paulina Garcia) é uma mulher de 58 anos, divorciada a 10 anos. Ela quer ter direito à sua felicidade, e se recusa a ser uma pessoa enclausurada e infeliz, como boa parte dos adultos que chegam na terceira idade. Ela vai a bailes onde quer encontrar homens para namorar e transar. Ela quer fumar maconha. Ela quer ser independente. Ela quer beber, ela quer passear, ela quer enlouquecer. Ela cuida dos filhos adultos, ama a todos eles, mesmo que cada um deles tenha todos os problemas do mundo. Mãe dentro de casa, mulher fogosa fora de casa. Até que um dia ela conhece um divorciado, Rodolfo, que lhe faz juras de amor. Mas as pessoas vão se revelando com o tempo. Com uma narrativa muito semelhante a outro excelente cineasta chileno, Pablo Larrain ( que realizou os excelentes "Tony Manero" e "Post Morten") , o filme abusa do distanciamento, da narrativa fria, da exposição dos personagens dentro de uma rotina sufocante, prestes a ter alguém explodindo. O elenco é todo formidável, e muitas cenas beiram o poético,na composição de quadro e fotografia. Destaque para a cena do carrossel de noite, que beleza! O Chile indicou o filme para ser um dos concorrentes ao Oscar estrangeiro 2013, mas acabou não indo pra pré-seleção. Mal sabe a Academia que deixaram de incluir uma mega performance de uma atriz estrangeira entre as indicadas aso Oscar de atriz. O filme é longo, o ritmo é extremamente lento. Podia ter sim, 20 minutos a menos, o que teria feito um bem ao filme. Mas o carisma da personagem, atrás dos óculos enormes, nos seduz e é impossível não se simpatizar por ela. Coragem de Paulina Garcia, que se expõe totalmente nua em cena. Homenagem também à música brasileira na trilha sonora, que entra de Tom Jobim a Rita Lee. Nota: 8
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