sexta-feira, 5 de julho de 2013
Uma dama em Paris
"Une Estonienne à Paris", de Ilmar Raag (2012)
Drama dirigido pelo estoniano Ilmar Raag, tem como tema central a terceira idade, solidão e o desamor. Para quem me conhece, meus temas preferidos. O título original é mais esclarecedor: "Uma Estoniana em Paris", mas sabe-se lá porquê traduziram para "Uma dama em Paris", talvez para atrair espectadores afoitos por um romance. Mas o filme está longe disse: é um filme triste depressivo e muito melancólico. Jeanne Moreau, no auge de seus 80 anos, se despe de sua aura de musa sexy dos anos 60 e confere dignidade na idosa decadente e que vive do passado, irritada com o contato das pessoas e que prefere a solidão de seu apartamento e a companhia de seus remédios, usados para súbitos desejos de suicídio. Ela não aceita envelhecer, por conta disso ela perdeu 2 grandes amores de sua vida: seu marido e o jovem amante Stephane, que contrata uma imigrante para tomar conta dela. Laine Mägi, atriz estoniana, é uma excelente surpresa, no papel de Anne, uma mulher depressiva que abandona seu País pelo desamor de seus filhos que não lhe dão atenção. Esse tema , já batido, lembra obviamente o clássico "Era uma vez em Tokyo", de Ozu. O filme aqui vai num ritmo extremamente lento, tudo o que vemos ao redor vai na dinâmica da observação de Anne, que busca nas ruas, nas luzes, na paisagem e vitrines de Paris, uma inspiração para a sua vida triste. Quando Anne e Frida (Moreau) se encontram em cena, é um embate de titãs. Como é gratificante ver atuações inteligentes e brilhantes! O desfecho me pareceu feito para agradar a platéia, talvez para que as pessoas nao saissem tristes demais das salas de cinema. De qualquer forma, essa cena final me fez soltar lágrimas de emoção. Que beleza!!!!
Nota: 8
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