sexta-feira, 26 de julho de 2013

Liberace- Atrás do candelabro

"Behind the candelabra", de Steven Soderbergh (2013) Poxa, como é bom ver um filme onde você vê os atores se entregando para os personagens de forma tão linda! Michael Douglas e Matt Damon encontraram os papéis de suas vidas. Sem frescura, aliás, com muita frescura, os 2 atores estão formidáveis e nada daquele lance de falsear beijinhos e carinhos. É tudo explícito, verdadeiro, sem caricaturas, uma vez que Liberace já era uma caricatura dele mesmo. O filme se baseia no livro de memórias de Scott Thornson, que ele lançou em 88, 1 ano após a morte de Liberace, devido a complicações advindas da Aids. Scott conheceu Liberace em 77, quando era um treinador de animais para cinema. Durante um evento, seu namorado o apresenta a Liberace, e esse se apaixona perdidamente por Scott, convidando-o a vir morar com ele. Essa união durou 8 anos, entre literalmente, tapas e beijos. LIberace sempre negou sua homossexualidade, apesar de sua excentricidade. Nos anos 50, ele tinha um programa de tv, e sempre dizia estar namorando mulheres. É impressionante a parte técnica do filme: a maquiagem irrepreensível, os figurinos cafonas e pomposos, a direção de arte que reproduz todo o Universo Kampf de Liberace. Isso sem falar na fotografia mágica e multi-colorida, trazendo todo o universo niilista do famoso pianista na tela. O elenco de apoio luxuoso também impressiona: Rob Lowe está sensacional, no papel do Cirurgião plastico, e é bom ver como ele cresceu como ator. Debbie Reynolds faz a mãe de Liberace, sem vaidades para expôr a sua velhice. Belíssima atuação. Dan Akroyd faz uma pequena participação como o agente de Liberace. Steven Soderbergh sempre me impressionou pela sua versatilidade: camaleônico, ele percorre vários gêneros: ação, drama, comédia, romance, suspense, falso documentário ( Sacha Grey) e aqui, ele cria uma biografia com atitude, verdadeiramente reproduzindo o universo gay tão over dos anos 70 e 80. E faz muito bem. Nào fica uma cinebiografia didática, e pela força do elenco, cria sempre uma expectativa sobre o que estamos vendo. Damon tem cenas dramaticamente fortes, e Douglas está um Deus. Ambos mereciam indicações ao Oscar. Em Cannes 2013, onde o filme concorreu, ele foi ovacionado. e causou furor. A cena final, na missa, é antológica e emocionante. Nota: 9

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