domingo, 7 de julho de 2013
Hannah Arendt
"Hannah Arendt", de Margareth Von Trotta"(2012)
Filme que se baseia em incidente envolvendo a pensadora e filósofa alemã Hannah Arendt em 1963, durante o lançamento de artigos que resultaram no livro "O julgamento de Eichmann". Hannah Arendt, já exilada em Nova York, morando com seu marido alemão igualmente pensador, leciona numa faculdade e escreve ensaios. Gozando de prestígio entre o circulo de intelectuais da épca, Arendt é uma alemã judia, que fugiu de um campo de concentração junto de seu marido e veio até os Estados Unidos. Em 1962, o carrasco nazista Adolph Eichmann é preso em Buenos Aires pelos agentes israelenses e levado até Jerusalém para ser julgado por crimes de guerra. Com extremo interesse no caso, Arendt se voluntaria para acompanhar o julgamento, escrevendo um artigo para a "The New Yorker". Porém, o artigo causa furor e ódio entre a comunidade judaica mundo afora: Arendt acusa o Estado Israelense de acusar Eichmann por crimes contra a humanidade e não pelos seus crimes, e percebe que ele é uma pessoa comum que seguiu as regras do jogo político de Hitler. Arendt acusa também os judeus de serem de certa forma responsáveis pelo Holocausto. O elenco desse filme é extraordinario, sem nenhuma ressalva. Desde Barbara Sukowa, atriz-fetiche de Fassbinder e que aqui repete sua parceria com a cineasta Von Trotta, até o casting americano, perfeito. Janet Macteer, indicada ao Oscar por "Albert Nobbs", está fenomenal como a amiga de Arendt, Mary. A direção de Von Trotta é elegante e inteligente, usando movimentos panorâmicos, para descrever o ambiente, e utilizando imagens do julgamento original, o que foi uma opção acertada, pois o depoimento do verdadeiro Eichmann é contundente. Incrivelmente, Von Trotta e o roteirista Pam Katz criam humor em várias cenas, se assemelhando ao humor judaico de Woody Allen. O cinema inteiro veio abaixo em vários momentos mediantes tiradas geniais como ""Filósofo não cumpre prazos". Saí do filme correndo pro Wikipedia e me inteirar da historia dessa grande mulher, que fuma cigarro a cada minuto, Duas cenas antológicas: a noticia dada pela amiga Mary a Arendt durante uma aula, e o seu discurso final na faculdade. Um filme brilhante e essencial.
Nota: 10
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