domingo, 21 de julho de 2013

Só Deus perdôa

"Only God forgives", de Nicolas Winding Refn (2013) A dobradinha do cineasta Dinamarquês e do ator Ryan Gosling, que foi extremamente bem-sucedida em 'Drive", se repete agora nesse super-mega-ultra-violento filme. Trocando Los Angeles noturna por uma Bangkok noturna, mas igualmente repleta de neons vermelhos e azuis, Refn recria um mundo de misticismo e horror que provoca arrepios e náuseas no espectador. É um filme sádico, cruel, perverso. Não há espaço para amor e humanidade. Apenas ódio e desejo de matar. O visual do filme é extremamente estilizado: as pessoas andam lentamente, quase não falam, tudo é muito colorido, a direção de arte bomba! Não parece um mundo real: e essa afirmação é mais clara quando descobrimos que as influências do cinema de Nicolas Winding Refn viera dos filmes de terror dos anos 80 e dos filmes do cult Alejandro Jodorowsky. Para quem não entende ou sabe dessa referência, vários momentos do filme vão parecer muito bizarros ou mesmo vistos como pontas soltas. O filme narra a história de Julian e Billy, dois irmãos americanos que moram em Bangkok e comandam um ringue de boxe tailandês, além de tráfico de drogas. Billy mata uma jovem prostituta e acaba sendo assassinado. A mãe deles, Crystal (Kristin Scott Thomas, absolutamente sensacional, fazendo um papel difícil e sem carisma) chega em Bangkok disposta a vingar a morte do filho predileto. Um policial corrupto (Vithaya Pansringarm, ator mega-famoso da Tailândia, e que apareceu em "Se beber não case 3"), resolve fazer justiça com as próprias mãos, aliás. com sua espada afiadíssima, para manter a ordem em Bangkok. A cena da tortura de um dos capangas de Crystal em um bordel, deve provocar a mesma revoada de espectadores do cinema, quando "Irreversivel"; foi exibido e metade da sala saiu na cena do extintor de incêndios. Não é filme para qualquer espectador. Em Cannes, ele competiu e foi execrado, considerado um dos piores do evento. É difícil indicá-lo para alguém, eu mesmo ficaria de pé atrás, por conta da violência e do artificialismo do filme. Porém, da minha parte, eu gostei bastante. Mas eu adoro esses filmes-experimentos, onde a diversão e busca de novas linguagens não são levadas muito a sério. Ah sim, Ryan Gosling não é o protagonista, ele fala umas 3 frases no filme e sim, ele faz aquela mesma cara de 'Drive". Mas gosto assim mesmo. Gosling calado atua melhor que muita gente. Nota: 8

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