terça-feira, 16 de julho de 2013
Depois de horas
"After hours", de Martin Scorsese (1985)
Assisti a esse filme na época do seu lançamento, em 1985, e daí nunca mais o revi. Lendo o livro de entrevistas "Conversas com Scorsese", fiquei tentado a rever esse clássico dos anos 80. O filme e a expressão "After hours" viraram jargão para tudo o que desse errado na vida de uma pessoa.Scorsese diz que se inspirou no filme "O homem errado", de Htchcock, para compôr essa comédia de humor negro muito bizarra. Tudo acontece em uma madrugada, igual a outra qualquer, mas não na vida de Paul (Griffin Dunne, antológico). Ele trabalha em um escritório de analistas de sistemas, e vice uma vida burocratica e sem novidades. Uma noite ele sai para tomar café após o expediente e conhece uma jovem, Marcy (Rosanna Arquette). Ela lhe dá o telefone. Chegando em casa, ele resolve ligar para ela. ela o chama para ir até a sua casa. Ele aceita. E isso é quase meia-noite. Porém, Paul vai até uma área obscura de Nova York, Começa uma noite de pesadelo para Paul, que vai se metendo em enrascadas cada vez mais loucas e insanas. Incrível a vitalidade desse filme: ele poderia ter sido lançado hoje em dia, e faria o mesmo sucesso. Moderno, ágil, bem filmado, roteiro sensacional. A fotografia de Michael Ballhaus reforça as tintas dos filmes da época, com as noturnas de chão molhado e fumaça saindo dos bueiros de NY. A trilha sonora de Howard Shore é pontual e ao mesmo tempo que traz um clima macabro, traz angústia e suspense, através de suas marcações de tempo. O uso da câmera é muito interessante: steadicam, ainda uma novidade na época, e câmeras que avançam rápidos em aparelhos de telefone, marcando urgência. Um filme estranho à filmografia de Scorsese, mas genial. Scorsese faz uma ponta desnecessária como um iluminador numa boite de moderninhos.
Nota: 9
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