" Midnight in Paris", de Woody Allen (2011)
Gil Pender ( Owen Wilson) é um roteirista de cinema americano, que não está satisfeito com o seu trabalho. Seu sonho é se tornar um escritor. Ele passa uma temporada em Paris, cidade que ama, acompanhando sua noiva Inez (Rachel MacAdams) e os pais dela, um arrogante casal tipicamente americano que não suporta os costumes franceses. Inez é uma dondoca fútil, que só pensa em compras e fazer um tour padrão pela capital, acompanhanda por seu amigo Paul (Michael Sheen), que se mostra um intelectual pedante, segundo palavras de Gil, que fica enciumado. Vagando pela noite de Paris, após um pequeno entrevero com Inez, Gil se descobre magicamente nos anos 20, época que ele idolatra. Ele conhece então Hemingway, Cole Porter, Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Bunuel, Picasso, Lautrec, Gaughin e muitos outros artistas, com quem trava conversas sobre vida e arte.
41o filme de Allen, esse retorno ao cinema do realismo fantástico se mostra uma obra de arte fabulosa. Com reminiscências com várias de suas obras ( Manhattan, Rosa púrpura do Cairo) Allen encontra em Owen Wilson um alter ego perfeito. Ele imita com precisão todos os seus trejeitos e modo de falar. Wilson está aqui em um de seus melhores, se não o melhor, trabalho. Todo o elenco de apoio está fabuloso, mostrando o quanto Allen é um perfeito Diretor de atores. Absolutamente ninguém está fora do tom. Marion Cottilard está no auge do encantamento, sublime em sua personagem melancólica. O filme exala amor, romantismo, paixão pela arte. As conversas hilárias e algumas antológicas de Gil com personagens da literatura , cinema e pintura são sensacionais. Destaque para as cenas de Gil com Bunuel sobre o filme " Anjo exterminador", de Gil e Dali sobre rinocerontes. A direção de arte é sensacional, a trilha sonora com canções de Cole Porter, apaixonantes. Impossível ficar alheito a tanto carinho com que Woody Allen trata do filme e de seus personagens. Incrível tambèm o vigor desse filme, considerando que Allen esta com 75 anos, e parece mais jovial do que nunca. A cena final, do casal andando debaixo de chuva, é de uma poesia absurda, condizendo com toda a mensagem positiva que o filme propõe. Não é um filme para todos os públicos, infelizmente pois as referências de arte sugerem que o espectador conheça um pouco sobre a biografia de cada um dos retratados. Mas fica valendo a vontade de a gente querer sair do cinema e descobrir um pouco sobre cada um deles. E claro, visitar Paris.
Nota: 10
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