segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

As quatro filhas de Olfa

"Les filles d'Olfa", de Kaouther Ben Hania (2023) Vencedor do Golden Eye de melhor documentário no Festival de Cannes 2023, "As quatro filhas de Olfa" é um documentário avassalador, uma punhalada no coração. O filme lembra muito o estilo de Eduardo Coutinho em "Jogo de cena": pessoas reais e atores interpretando as personagens, juntos na mesma cena, reconstituindo momentos da vida delas. A cineasta tunisiana Kaouther Ben Hania já havia sido indicada ao Oscar de filme internacional pelo excelente documentário "O homem que vendeu sua pele", em 2019. Em 2016, na Tunísia, Olfa Hamrouni tornou pública uma história pessoal: as suas duas filhas mais velhas, as adolescentes Ghofrane e Rahma Chikhaoui, tinham recentemente fugido de casa para a Líbia e aderido ao Estado Islâmico. Se casaram com líderes terroristas. O Estado islâmico seduzia a jjuventude da Tunísia para se alistarem no Jihad. Listado entre os 15 finalistas do Oscar internacional 2024, o filme traz uma linguagem muito criativa: atores e arizes foram contratados para interpretaram as pessoas que não estão ali: as filhas mais velhas, o pai e a própria Olfa, que intercala a pessoa real e uma atriz para os momentos mais tensos e que ela não conseguria reviver. As 4 filhas: Ghofrane nsceu em 1998, Rahma em 1999, Eya em 2003 e Tayssir em 2005, É comovente testemunhar Olfa, em momentos de arrependimento por ter sido tão rigorosa na educação das filhas, e alegando que ela reproduziu exatamente o que sua mãe lhe educou. O desfecho é de dor a alma: Fatima, a filha de 8 anos de Ghofrane, que nasceu e vive na prisão na Líbia, sme jamais ter saído de lá, e convivendo com a mãe e a tia, condenadas a 16 anos de prisão.

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