terça-feira, 10 de junho de 2014
O que os homens falam
"Una pistola en cada mano", de Cesc Gay (2012)
Antes de falar sobre o filme, fico espantado com a criatividade dos profissionais que escolhem um nome nacional para um filme estrangeiro. No original, o filme se chama "Una pistola en cada mano", que é um termo que diz que as pessoas se viram do jeito que podem, precisam estar prontas para tudo. Aqui, recebeu um título infeliz que tenta chamar a atenção de um público ávido por comédia passatempo, mas que irá dar com a cara no chão, pois o que menos se faz no filme, é rir.
Junte os maiores galãs do cinema espanhol e argentino em um mesmo filme. Aí você tem Ricard Darín, Leonardo Sbaraglia, Eduardo Noriega, Jordi Mollà, Albert San Juan, Eduard Fernandez, Luis Tosar e de quebra, Javier Camara, que pode não ser galã, mas tem seu charme Todos ótimos atores, todos fazendo a mulherada suspirar.
O filme é um apanhado de 8 histórias, cada uma protagonizada por um ou dois desses homens, que obviamente, discutem a relação. Os problemas? Os mesmos de sempre: traição, esterilidade, fracasso profissional, e por aí vai. O diretor Cesc Gay, que também escreveu o roteiro, conduz com elegância e sofisticação o seu filme. Algo em diferente de um filme parecido, "Os infiéis", com Jean Dujardim, também de 2012. Em "Os infiéis", também tínhamos várias histórias entre-cruzadas, dirigidas por vários cineastas, que contam os mesmos dramas masculinos, mas numa ótima distinta: sobressai a canalhice, a malandragem, a putaria.
O problema aqui em "O que os homens falam", é que como diz o título, eles falam demais!!! As histórias são muito verborrágicas, é um falatório sem fim. O diretor não dá tempo para a contemplação, para a troca de olhares, para o tempo de escuta, de sentir, de perceber. É tudo muito dialogado, querendo contar demais tudo, sem deixar chance pro espectador entender pro contra própria o que acontece.
De qualquer forma, é uma bela oportunidade de ver num único filme tanto ator bom, e tecnicamente o filme é correto: fotografia, trilha, edição.
Nota: 7
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