domingo, 8 de junho de 2014

Involuntário

"De ofrivilliga", de Ruben Östlund (2008) Que filme corajoso! Esse drama sueco com tintas de tragicomédia ganhou vários prêmios mundo afora, além do Fipresci em Moscow. Foi também indicado pelo seu País para concorrer na final do Oscar estrangeiro, mas não foi selecionado. Pudera: é muita ousadia estética demais para o padrão americano. O que me fez ficar apaixonado pela estética, deve ser com certeza o terror de qualquer espectador de cinema. A câmera na sua grande maioria das vezes, não enquadra os atores! É como se tudo fosse pelo ponto de vista de alguém que não foi convidado para uma festa. Ele observa tudo de longe, sem um ângulo que favoreça sua visão. or conta disso, vemos muitas cabeças cortadas, muita gente falando de costas, muita gente falando fora de quadro, planos gerais onde o ator está do tamanho de uma formiga, e onde a cena inteira acontece. Cada cena é única, sem cortes. Tudo acontece nesse plano, não existem closes. O Diretor não se preocupa em querer mostrar os eventos. Pesquisei e vi depois que o Diretor Ruben Östlund era, antes de estrear em longas, um documentarista que filmava esportes, em específico, Ski. Ele usou essa linguagem de planos únicos sem cortes e sem favorecer as pessoas que falam porquê quando documentava o Ski, ele não podia cortar a cêmera, ela tinha que estar sempre cobrindo algo. Ele somente cortava quando algo dava errado ou terminava a ação. O filme e dividido em 5 histórias que acontecem na chegada do verão sueco. São histórias de humilhação, de autoritarismo, de sexualidade reprimida. 1) Um grupo de amigos machistas viajam todo final de semana. Em um dos eventos, após uma bebedeira, um amigo chupa o outro, que se irrita provocando um conflito no grupo 2) 2 meninas adolescentes se promovem em internet em poses eróticas. Uma noite elas enchem a cara, e uma delas é abandonada desacordada em uma praça. Até que chega um carro. 3) Uma professora testemunha um colega batendo numa criança na escola, mas ao denunciá-lo, sofre bullying dos outros professores 4) Um motorista de ônibus se recusa a andar com o ônibus,quando ele percebe que um passageiro destruiu o banheiro. Ele só irá andar de novo quando o passageiro que cometeu o delito se entregar. 5) Durante uma festa, o patriarca sofre um acidente ao soltar um fogo de artifício, mas ele não quer ir ao hospital. É um filme para cinéfilos, e para os fortes, que entendem que o filme é todo feito em cima de uma estética e um dogma, que o diretor seguiu à risca. Parabenizo o elenco, boa parte amadores, que entenderam a proposta do filme e mesmo estando fora de cena, interpretaram de verdade sem vaidades. Nota: 8

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