segunda-feira, 2 de junho de 2014
Na carne e na alma
" Na carne e na alma", de Alberto Salvá (2011)
Último longa do cineasta Salvá, que o filmou em 2008, mas somente encontrou circuito exibidor em Festivais em 2012, posteriormente sendo exibido no Canal Brasil. Salvá faleceu em 2011.
Adaptação do livro de Andre Abi Ramia, chamado "Deusa cadela", é um retorno do cinema nacional ao gênero erótico malicioso e cheio de picardia, típico de produções dos anos 80, como "Rio Babilônia"e "Os bons tempos voltara, vamos gozar outra vez". Despudorados, cheios de sacanagem e sem censura. Salvá quis fazer um filme onde não houvesse caretice, e o resultado é um divertido e delicioso registro de uma história de amor carioca.
Rodrigo é um jovem estudante de engenharia. Mora em Niterói, mas estuda na Zona Sul carioca. Ele é o típico pegador, até que um dia ele conhece Mariana. Aos poucos ele descobre que ela é tão ou mais louca e sem limites do que ele. Rodrigo vai ficando cada vez mais dominado pela presença dela, e não consegue mais se separar dessa relação masoquista. Ele pede que ela mije, cague, faça sexo anal, todos os fetiches são permitidos. Mas Mariana não quer ser dominada por ele.
Tecnicamente o filme é péssimo, mas dentro da proposta suja e feia do filme, vale até como linguagem. O som é horrível, a fotografia também. Os atores não são nenhum padrão de beleza, mas encaram com muita entrega e verdade os personagens tão toscos e cheios de putaria saindo de suas bpcas. Tudo tem cara de improvisado, desde locações até a mise en scene. Eis o seu charme.
Fosse um filme todo certinho, com certeza seria chato. Mas Salvá se permitiu a fazer um filme imoral e amoral. Fez. Talvez, o sue melhor filme. Menção honrosa aos atores Karan Machado e Raquel Maia.
Nota: 7
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