sexta-feira, 16 de maio de 2014

Pais e filhos

"Like father, like son/Soshite chichi ni naru", de Hirokazu Koreeda (2013) O cineasta japonês Hirokazu Koreeda talvez seja o mais importante representante do cinema de seu País atualmente. Desde "Ninguém pode saber", sua obra-prima, passando por "O que eu mais desejo", os seus filmes imprimem uma melancolia e a tristeza que machuca lá no fundo, por falar de um tema muito crucial: a família e a sua destruição. Todos os seus filmes falam de relação pais e filhos, de crianças que sofrem com a rejeição dos adultos, de adultos que não sabem como lidar com crianças. O mais curioso é ver que aqui, temos um pop star romântico como protagonista do filme, o cantor Masaharu Fukuyama, que manda muito bem, além de um time de primeiríssima qualidade. Todos estão perfeitos nos seus papéis, mas quem definitivamente rouba o filme são as duas crianças de 6 anos de idade. Koreeda é famoso por saber lidar com crianças, e em todos os seus filmes elas agem de forma espontânea. É algo de impressionante. Quero muito um dia poder aprender a lidar com crianças como ele. O filme narra a história de duas famílias: Nonomyia e Saiiki. A família Nonomyia é rica. A de Saaiki é de trabalhadores humildes. Um dia, ligam do hospital e as famílias descobrem que seus filhos de 6 anos de idade foram trocados na maternidade. Em conflito, as duas familias entram em crise, querendo entender se o que vale é o sangue ou a afeição criada pelas crianças trocadas. O patriarca da família Nonomyia é egocêntrico, workhaholick e dedica pouco tempo a sua família. O patriarca da família Saiiki é justamente o oposto. Como as crianças reagirão a essa troca? Uma direção precisa, elegante, inteligente, que valoriza cada segundo da atuação do ator. Com planos longos e reflexivos, testemunhamos a transformação de todos os personagens durante o filme. A Trilha sonora toda de piano é classuda , a fotografia fria, em tons azulados, ajudando a dar o tom melancólico do filme. Um grande filme, que ganhou o Prêmio do juri em Cannes 2013, e que terá uma refilmagem a cargo de Steven Spielberg, que foi presidente no ano. A cena final é de doer o coração. Nota: 9

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