sábado, 31 de maio de 2014

Não é o homossexual que é perverso, mas a sociedade em que ele vive

"Nicht der Homosexuelle ist pervers, sondern die Situation, in der er lebt", de Rosa Von Praunheim (1971) Delirante e divertido docu-drama realizado pelo cineasta alemão cult Rosa Von Praunheim em 1971. Obviamente o filme como um tratado do homossexualismo é datado, com questões que já foram levantadas por grupo gays ao longo das décadas seguintes. Mesmo assim, não tem como não se deixar levar pelos ideais anárquicos de Praunheim da época. Se utilizando de atores amadores e de uma narração off estranhíssima, fora de sync, que às vezes sôa como mera narração, outras como vozes dos atores, o filme é um desbunde visual e sim, um registro impecável de uma era. Figurinos cafonas e penteados indescritiveis, um ode à cultura campy que mostra como as pessoas eram livres, em todos os sentidos. Praunheim faz uso de uma metralhadora verbal que ataca por todos os lados: ataca a sociedade, o governo, os casais heteros, os casais gays, o amor, as relações. O filme na época de seu lançamento levantou discussões a cerca de suas mensagem ferinas e ao mostrar o homossexual como uma pessoa infeliz e promíscua, sempre em busca da satisfação sexual. Mesmo com esse pensamento, o filme foi importante para criar vários grupos gays na Alemanha que pudessem lutar pelos ideais da comunidade. O filme narra a história de Daniel, um jovem da cidade do interior que vem morar em Berlin. Tímido, Daniel é seduzido na rua e vai morar com Clemens, um homem mais velho, mas apaixonado pela jovialidade de Daniel. Mas o tempo passa e a relação vira um tédio. Daniel vai embora, e aos poucos, vai se libertando, se relacionando com todos os tipos de pessoas e em ambientes cada vez mais promiscuos e undergorunds. É definitivamente um clássico do cinema marginal, e eu particularmente, adoro esses filmes sujos e malditos alemães. Nota: 7

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