quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Hara-Kiri- A Morte de um Samurai 3D


" Ichimei/Hara-kiri-Death of a Samurai", de Takashi Miike (2011)

Em 1630, o Japão experimenta um período de paz, sem guerras e lutas entre facções rivais. Os samurais, por conta disso, ficam sem emprego, e experimentam a pobreza e o escárnio público. Tsugumo, ex-samurai que vive atualmente de vender sombrinhas, vive com sua filha pequena, Miho. Seu amigo morre, e pede para que ele cuide de Motome, também criança. Os anos se passam, Miho e Motome crescem e se casam, diante do pedido de Tsugumo, pois todos na região se recusam a casar com a filha de um ex-samurai. Porém, a saude de Miho é frágil, e ela acaba passando pneumonia para seu bebê. desesperado, Motome resolve ir até a casa de uma clã de senhores feudais, clamando por um hara-kiri. Explica-se: muitos samurais, por conta da pobreza extrema, se encaminhavam até essas casas de poderosos pedindo para praticar hara-kiri. Os senhores acabavam dando a eles dinheiro para que eles desistissem da idéia e fossem embora. O que Motome não esperava, é que dessa vez, os mandantes da casa aceitaram o pedido de suicídio e o ajudam a praticar o ritual.
Bom drama de Miike, refilmagem de um clássico de Kobayashi, de nome homônimo de 1962. Miike abandonou aqui o seue stilo corrosivo e pop de filmar, misturando referências pops. Aqui, ele faz um filme em estilo clássico, quase um drama intimista. O drama reside na intrincada surpresa do destino, que prega uma peça em Motome e consequentemente, a tragédia familiar. pode-se dizer que " Hara kiri" é um melodrama, tal a profusão de tragédias que se sucedem na trama. Os atores estão ótimos, e a cena do hara-kiri é algo tenso e aflitivo. O som fez um excelente trabalho, pois memso sem ver explicitamente o ato, podemos imaginar o que está acontecendo. Os efeitos em 3d são frustantes, praticamente não causam efeito algum, apenas em alguns stock shots (planos da natureza morta), onde podemos perceber discretamente algumas camadas.
O filme é longo, e lá pela metade, cansa. Porém, algumas cenas isoladas, como a do hara-kiri e a luta final valem a pena. São muito bem dirigidas e mostram o melhor de Miike.
Eu esperava um filme de ação ininterrupt, com lutas de espedas e cosias e tal: cabeças rolando, braços decepados, tudo em 3d. E me surpreendi com um drama tocante e reflexivo, melancólico. Valeu a pena essa inversão de expectativas.

Nota: 7

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