domingo, 11 de fevereiro de 2024

Tiger stripes

"Tiger stripes", de Amanda Nell Eu (2023) Indicado pela Malásia para representá-la no Oscar de filme estrangeiro 2024, "Tiger stripes" venceu o prêmio do juri da Semana da crítica do Festival de Cannes 2023, e melhor filme em Sitges. Nos últimos anos, as cineastas têm se destacado bastante no cinema de gênero: Julia Ducournau é uma das grandes expoentes, e no Brasil temos Juliana Rojas, Anita da Silveira e Gabriela Amaral Almeida. "Tiger stripes" é um filme incrível, e que curiosamente, lembra demais a animação da Pixar, 'Red- crescer é uma fera". Assim como no desenho, a protagonista é uma pré-adolescente que atinge a sua primeira menstruação, e essa mudança hormonal provoca mudanças em seu corpo, transformando-a em uma tigresa. Ecos de "Carrie, a estranha" são visíveis, além de "Cru", de Julia Ducornau. em um vilarejo composto por famílias muçulmanas, as amigas Zaffan (Zafreen Zairizal), Farrah (Deena Ezral) e Mariam (Piqa) se divertem com a rede social. Zaffan é mais rebelde e procura romper com as tradições da religião. Zaffan é a primeira da escola de meninas a ter a sua menstruação, e esse fato faz com que ela seja vista como uma impura por todos, inclusive seus familiares e suas amigas. O seu corpo passa por transformação, e Zaffan não consegue mais lidar com os desejos advindos do metabolismo. Lembrando também o cinema do tailandês Apitchapong (inclusive o ser com olhos brilhantes tem muito a ver com "Tio Bonnmee", o filme traz efeitos práticos que à primeira vista parecem toscos, mas é justamente esse o seu charme: ser um cinema artístico, artesanal por natureza. As performances das 3 meninas são impressionantes, destacando-se a de Zafreen Zairizal, no dificílimo papel de Zaffan, cercada por um mundo que não a compreende.

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