terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Danzón, meu amor perdido

"Danzón", de Maria Novarro (1991) "Danzón"é um marco na cinematografia mexicana. Realizado em 1989, foi um dos pioneiros do cinema feminino, escrito, dirigido e protagonizado por mulheres. O filme traz o protagonismo feminino fora dos clichês que eram apresentados até então. Julia é uma mulher que encontra a sua feminilidade, a sua independência, e descobre que para ser feliz, ela não precisa ter um homem ao seu lado. Essa viagem de auto- descoberta é protagonizado por uma atriz incrível, Maria Roojo, e por um excelente elenco de apoio. Julia é uma telefonista que gira sua vida em torno de seu trabalho, sua filha, seus amigos e danzón, um ritmo cubano que ela dança todas as quartas-feiras em um clube. Ali, por anos, ela dança com Carmelo, mas uma noite ele desaparece. Desesperada e se achando perdida e sem rumo, Julia decide ir atrás de Carmelo. Ela ouve dizer que ele foi para Vera Cruz, atrás de seu irmão. Ao chegar no local, Julia se hospeda em uma pensão. Ela conhece a Dona Ti, dona da pensão, e também fica amiga da travesti Susy (Tito Vasconcelos). Ela acaba flertando com outros homens e nessa viagem, nada mais será o mesmo. Quem assistiu 'Gloria", 'Shirley Valentine", vai amar o filme. Recomeçar uma vida depois dos 40, 50 anos, não é fácil para uma mulher, e o filme mostra que tudo é possível. Um filme belo, simples, rodado em película, numa época onde a personagem feminina era flertada nas ruas por vários homens e achava bacana. Hoje em dia, esse filme teria um olhar mais crítico em relação ao approach masculino, que seria acusado de assédio. Mas aqui, o tom romântico dita a narrativa.

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