quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Tempo esgotado

"Temps mort", de Eve Duchemin (2023) O grand emérito desse denso drama bela francês, longa de estréia da roteirista e cineasta belga Eve Ducchemin, é não julgar os seus protagonistas. Não sabemos os motivos de sua prisão. O filme apenas os acompanha, assim como nos filmes humanistas dos irmãos Dardenne, apontando a câmera para figuras marginalizadas da sociedade. Em um sistema prisional, três detentos que não se conhecem são liberados no mesmo dia, recebendo licença para 48 horas para reencontrar familiares. Cada um dos presos tem uma missão do lado de fora. Hamosin (Issaka Sawadogo) está preso há 20 anos. Para obter liberdade definitiva, ele precisa arrumar um emprego em 48 horas, além de ter que se reocnectar com sua família. Anthony (Karim Leklou, soberbo), com transtornos mentais por conta da prisão, e precisando tomar remédios tarjas pretas, se reencontra com sua mãe e seus filhos. Mas percebe que já não é a mesma coisa, o tempo fez com que ele se desconectasse e ele deseja retornar à prisão. Colin (Jarod Cousyns), o mais jovem dos três, ao sair é procurado pelos antigos amigos de malandragem, que o leva para consumir drogas, bebidas e mulheres, quando o que ele mais quer é reencontrar sua mãe e sua irmã que o estão aguardando. Não preciso nem dizer que o filme é uma porrada e um baixo astral ferrado. Vidas miseráveis, vidas sem sentido. Nesse mundo tão depressivo, certamente o desfecho não será feliz. O filme tem um trabalho fnatástico do elenco, em registro naturalista. Mas o ritmo bastante lento e o excesso de sub-plots cansam a narrativa.

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