Conduzindo Madeleine

"Une belle course", de Christian Carion (2023) Vencedor do prêmio de melhor atriz no Festival de Beijing 2023, para Line Renaud, no papel da protagonista Madeleine Keller, uma idosa judia de 92 anos, sobrevivente do holocausto, que lhe matou seu pai. O título em português procura fazer uma associação com o filme premiado com o Oscar 'Conduzindo Miss Dayse". Faz sentido. Um taxista bronco e endividado, Charlie (Dany Boom), é incumbido de levar uma idosa, Madeleine, de sua casa até um asilo para idosos do outro lado da cidade. De poucas palavras, o taxista acaba tendo que escutar histórias de Medeleine, que ela faz questão de contar: ela teve todos os motivos do mundo para ter ódio do mundo, mas seguiu sobrevivente e repleta de amor pela vida. Ela pede para que Charlie para em locais ond eno passado, Madeleine teve momentos chaves em sua vida. O filme retorna vez ou outra em flashbacks para anos 50, quando a Madeleine Jovem (Alice Isaaz) se envolve com um homem violento que bate nela e também em seu filho, Matthieu. O filme me enganou: pensei ser um leve drama emotivo, mas ele é bem pesado. fala sobre viol6encia doméstica e feminicídio, e traz a morte como pano de fundo na vida da protagonista. Um filme denso, com alguns poucos momentos de leveza. Apesar do excesso de melodramas, é um filme que arranca lágrimas em seu desfecho. Lindo trabalho dos dois protagonistas, que já haviam trabalhado juntos em outros filmes. E também, o filme é um belo passeio pelas ruas e bairros de Paris.