sábado, 7 de outubro de 2023

Rapito

"Rapito", de Marco Bellocchio (2023) Concorrendo no Festival de Cannes 2023, "Rapito" é adaptado de uma polêmica história real, ocorrido na Bolonha, Itália em 1858: o menino judeu Edgardo Mortara, filho do casal Salomene e Marianna Mortara, foi raptado por enviados da Igreja católica e convertido à força pela Igreja para tornar-se papa. Adulto, se tornou no Dom Pio Maria Edgardo Mortara, mesmo sob protestos de seus pais, que não aceitaram a sua conversão. Quando bebê, a babá da família judia, testemunhou uma cerimoônia que ela acreditou ser um batismo feito às escondidas. Denunciando a família à Igreja, acreditando que o menino foi batizado fora do ambiente católico, Edgardo foi sequestrado, contra a vontade dos pais. Durante toda a vida, os pais tentaram trazer o filho de volta, mas Edgardo, já crescido, renegou sua origem judia e abraçando totalmente o catolicismo, para desgosto dos pais. O papa Pio IX aproveitou dessa situação para provar os anti-católicos, apresentando uma conversão ao catolicismo, e Edgardo virou um símbolo para a Igreja. Marco Bellocchio é um importantíssimo cineasta italiano, autor de obras-primas como "De punhos cerrados" e filme spolêmicos como "o diabo no corpo", que escandalizou o mundo nos anos 80 com uma cena de sexo oral. Em "Rapito", Bellocchio novamente aponta a sua câmera para provocar a igreja católica e os tantos escândalos envolvendo a casa de Deus. Com um elenco excelente, capitaneado por Fausto Russo Alesi e Barbara Ronchi, que interpretam os pais em todas as épocas, o filme mescla melodrama e drama político e social. Longo, com 135 minutos e um ritmo arrastado, Bellocchio procura explorar todos os permonores da cultura judaica e católica, fazendo o contraponto entre as religiões e culturas.

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