segunda-feira, 2 de outubro de 2023

O sol do futuro

"Il sol dell'avvenire", de Nani Moretti (2023) O cineasta Nani Moretti é um intelectual de esquerda, e a sua expressão política é inserida em quase todos os seus filmes. O Festival de Cannes recebe sempre de braços abertos os seus filmes, que misturam tons de drama, comédia, invariavalemente em tons de melancolia e sobr eum mundo em constante mudança. Em 2001, venceu a Palma de ouro com o seu melhor filme, "O quarto do filho". Em 2023, concorreu novamente com "O sol do futuro", um filme dentro de um filme, uma metalinguagem sobre o cinema de antes e o cinema de hoje, dominado por streamings, obviamente para onde a verve crítica de Moretti se direciona. Moretti interpreta Giovani, um cineasta italiano famoso que está lutando para filmar seu projeto sobre o Partido Comunista Italiano enfrentando os soviéticos durante a invasão da Hungria em 1956. Na vida pessoal, Giovani vive uma crise em seu casamento com Paola (Marguerite Buy), que sempre produziu os seus filmes mas agora decidiu produzir os filmes dos outros. No momento, ela produz um filme de ação que será exibido em canal tipo Netflix. No filme de Giovani, o casal principal, jornalistas, abraçam a causa comunista italiana, mas sofrem com a invasão soviética à Hungria. Pierre (Mathieu Almaric) é o produtor que vai atrás de patrocínio para os filmes de Giovani. O filme traz uma visão pessimista de Nani Moretti sobre os rumos do cinema atual, inundado por produções de streamings, que acabaram transformando o próprio ato de se fazer cinema. O forte do filme certamente é o sue elenco, com uma turma de atores veteranos contracenando com jovens atores. ë óbvia a busca de Moretti ao olhar lúdico de Fellini, tanto na presentação do circo, um núcleo que faz parte na história dentro do filme, e no seu desfecho, inspirado em "8 1/2". O que não funciona: os números musicais inseridos na trama, que surgem do nada e não combinanm com a narrativa.

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