terça-feira, 3 de janeiro de 2023
A grande testemunha
"Au hasard BAlthazar", de Robert Bresson (1966)
Na lista dos melhores filmes de todos os tempos, incluindo do crítico Roger Ebert, Bela Taar e do livro "1001 filmes para ver antes de morrer", "A grande testemunha" é o filme que o cineasta Michael Haneke considera o melhor que njá assistiu. E é fácil saber o porquê: o filme é muito sofrido, o protagonista Balthazar, o burro, faz uma via crucis de sua infância até a sua morte, passando na mão de várias pessoas, sofrendo, sendo maltratado, humilhado. Outra personagem que também sofre é Marie, uma jovem que quando criança prometeu se casar com Jaques, que a ama, mas prefere se relacionar com Gerard, um bandido que a maltrata o tempo todo. O filme, rodado em preto e branco, não é fácil de ser visto, principalmente para quem não gosta de ver animais sendo maltratados. Mas visto como uma parábola religiosa, é um filme coerente: logo no início, ainda pequeno, Balthazar é batizado por 3 crianças, deixando claro que os anaimais também são criaturas divinas.
Sete anos depois de sua obra-prima "Pickpocket, o batedor de carteiras", Bresson lançou "A grande testemunha", e foi premiado em Veneza e em outros festivais. Bresson é conhecido por ser um diretor que não permite que seus atores ( que ele chamava de modelos" atuassem: ele rodava a cena dezenas de vezes até limpas as entonações , deixando-o as atuação frias, os atores apenas diziam seu texto.
A curiosidade é qque Jean-Luc Godard visitou o set de A Grande Testemunha, onde conheceu a atriz que fazia Marie. Anne Wyazemsky e que virou sua mulher na fase de radicalização política de A Chinesa, de 1967.
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