sábado, 13 de janeiro de 2018

Lucky

"Lucky", de John Carroll Lynch (2017) Enquanto assistia a "Lucky", ficava imaginando esse mesmo filme sendo dirigido por Ingmar Bergman, estrelado por Max Von Sydow e ambientado na Ilha de Faro, na Suécia. Porque? Porque toca no mesmo incomodo tema, recorrente em toda obra do Mestre do existencialismo: A Morte, inevitável, na terceira idade. "Lucky" não é um filme para todo mundo. Esse drama mexe em feridas e em credos. Lucky (Harry Dean Stanton) tem 91 anos, mora sozinho, não tem família. Lucky é ateu, e vive sua vida na mesma rotina de todo dia. Acorda, fala com vizinhos, e de noite, vai beber em um bar. Todo dia. Até que um dia, ele desmaia. Ao visitar um médico, ele lhe diz que sua saúde está boa, mas que por conta de sua idade avançada, poderá morrer a qualquer momento. Lucky fica apavorado com a hipótese de não existir mais. O filme é dirigido pelo Ator John Carroll Lynch, e é a sua impressionante estréia na Direção. Ele convidou para o elenco de apoio atores veteranos, como Tom Skerrit e Ed Begley Jr.. Mas a grande surpresa fica por conta de David Lynch, no papel de Howard, um homem triste e solitário que quer deixar em testamento toda sua herança para a sua tartaruga, que fugiu. Bela fotografia, Direção, trilha folk e diálogos cruéis. Mas nao tem como imaginar esse filme sem Harry Dean Staton, que morreu pouco antes do filme estrear no circuito americano. A sua fragilidade física e de voz tem tudo a ver com o personagem. Curioso assistir ao filme sabendo que o Ator jea morreu, pois é justamente sobre isso que ele passa o filme todo falando, não existir mais.

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