quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

A rede

"Geumul", de Kim Ki Duk (2016) O cineasta sul coreano Kim Ki Duk foi durante mais de uma década, referencia do cinema autoral de seu Pais, com filmes premiados em importantes Festivais mundo afora, abordando temas como incomunicabilidade, silencio, morte, misticismo. Foi assim com "Casa vazia", "Primavera, verão, outono, inverno", "O arco", "Folego" e outros. Em "A rede", Kim Ki Duk dá uma guinada em sua carreira e mostra um cinema humano, quase um melodrama. O filme foi exibido em Veneza e em Toronto. Narra a epopéia de Nam Choo (Seung-bum Ryoo, brilhante) , um pescador pobre, casado e com filha pequena, que mora na beira de um rio na Coreia do Norte. Ao pescar em sua rotina, sua rede fica presa no motor e ele não consegue retornar, indo parar na margem do outro lado do rio, pertencente `a Coréia do Sul. Ninguém acredita na história de Nam: Para o Norte, ele é um desertor. Para o Sul, um espião. E na verdade, tudo o que Nam quer, é voltar para a sua família. Com um belo roteiro escrito pelo próprio Duk, tendo como mensagem que independente da ideologia, o extremismo dos 2 lados da Coreia estão errados, "A rede" faz uma linda metáfora sobre como um homem simples pode ser corrompido, mesmo tentando de todas as formas manter a sua ideologia. Forte, intenso, trágico. Um filme que merece ser visto e discutido.

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