quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Sinfonia da necrópole

"Sinfonia da necrópole", de Juliana Rojas (2014) Em 2011, o filme "Trabalhar cansa", de Marco Dutra e Juliana Rojas, participou da Mostra "Um certo olhar", no Festival de Cannes. Essa é a glória de qualquer Cineasta independente. Em 2014, Juliana lança o seu primeiro longa onde assina sozinha: "Sinfonia da necrópole", exibido em vários Festivais e elogiado pela crítica. O filme é uma comédia de humor negro musical ambientada em um cemitério. Deodato, um jovem coveiro que está trabalhando ali por falta de oportunidade na vida, vai tocando o emprego, mesmo que ele não tenha qualquer tipo de intimidade com a profissão: sens;ivel, ele desmaia toda vez que tem que enterrar alguém. Um dia, Jaqueline, uma funcionária da prefeitura, aparece: ela tem que fazer um recadastramento dos cemitérios, pois nao existem mais vagas e a intenção é derrubar tudo para construir lápides verticais e ganhar mais espaço. Os mortos surgem para Deodato, que pedem para que isso não seja feito. Mas Deodato se apaixona pela fria Jaqueline. Dentro dessa bizarra história, Juliana apostou na mistura de gêneros citada acima: humor negro e musical. Com um olhar anos 80 na estética ( o que incluem os efeitos, a fotografia cheia de fumaça colorida, a maquiagem grotesca), só posso pensar que a tosquice foi intencional. Caso contrário, fica difícil assistir. Os números musicais são pobres, as melodias são insuportáveis, os atores em boa parte, canastrões, os efeitos ( incluindo um croma safado dentro do carro em movimento) são ruins. Com isso em mente, e entendendo que foi intencional e mera homenagem a um cinema antigo, vintage, é possível curtir o filme. No número com os mortos, existe até uma referência a "Thriller", de Michael Jackson. Dá para achar graça? Depende totalmente do seu estado de espírito. Os críticos se divertiram. O público em boa parte também. É curioso o caminho da comédia no Brasil: parece que o sucesso depende de quem dirige, pois a grande parte das comédias é destruída pela mídia. E assim vamos caminhando...

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