terça-feira, 17 de novembro de 2015

La sapienza

"La sapienza", de Eugène Green (2014) Filmado em belíssimas locações em Roma e Stresa, na Itália, "La Sapienza" é um ode à beleza, à arquitetura, à cultura e ao amor. Alexandre e Alianor são um casal francês de meia idade bem sucedidos. Ele, arquiteto famoso. Ela psicanalista disputada. Os 2 vivem um casamento falido, e a tragédia da morte da filha os uniu novamente, porém uma vida fria e sem amor. Em crise criativa, Alexandre resolve ir até a Itália, e sua esposa resolve acompanhá-lo. Chegando na cidade de Stresa, eles conhecem o jovem casal de irmãos Goffredo e Lavinia. Goffredo é estudante de arquitetura, Lavinia é amante da lingua francesa, mas tem problemas de fobia e socialização. Alianor sugere que seu marido vá até Roma acompanhado de Goffredo, enquanto ela permanece em Stresa cuidando de Lavinia. Em Roma, Alexandre vai apresentando 2 arquiteturas barrocas de ideais distintos para Goffredo, construidos por Borromini e Berrini. O filme discute então questões como a quem a arte deve servir, e dessa discussão, pode sair a reflexão sobre amor e existência humana. O Cineasta americano Eugene Green é radicado na França a anos, e seus filmes versam sempre sobre a arte associada ao cinema. São filmes herméticos e artísticos. Aqui em "La sapienza", ele cria uma estrutura narrativa e conceitual que pode afugentar os espectadores tradicionais. A começar pela atuação. Os atores agem mecanicamente, como se fossem autômatos, sem vida, talvez exemplificando a mensagem do filme sobre pessoas sem alma. Me lembrei de imediato de Robert Bresson e seu conceito de "Modelos": em determinado momento de sua filmografia, Bresson eliminou os atores profissionais e contratou pessoas que diziam os textos e gesticulavam de forma mecânica. Isso provoca um desconforto na platéia, ainda mais que os atores falam com pausas cadenciadas e falando para a câmera. Além disso, existe a questão dos enquadramentos simétricos, mas para quem conhece os filmes de Peter Greenaway e Wes Anderson nem irá se incomodar tanto. é um filme com certeza diferente, ousado, mas sem dúvida alguma belo, pela fotografia exuberante e pelas locações paradisíacas. Um filme para cinéfilos. Nota: 7

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