sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Os rapazes da banda

"The boys in the band", de Willian Friedkin (1970) Difícil acreditar que o mesmo Cineasta de "Operação França" e "O exorcista"tenha realizado esse clássico de temática gay datado de 1970. Aliás, ele mesmo diz que esse é um dos filmes que ele mais tem orgulho de ter realizado. Baseado em uma peça de teatro escrita por Mart Crowley e encenada Off Broadway, o filme acontece praticamente em uma única locação: no apartamento do personagem Michael, que mora na área nobre de Manhattan. O mesmo elenco da peça estrela essa adaptação para o cinema, considerado o primeiro filme de uma grande distribuidora de tema abertamente gay. A publicidade divulga como sendo uma versão de "Quem tem medo de Virginia Wolf". A comparação não poderia ser mais precisa. Durante uma única noite, 8 personagens desfilam seus venenos e rancores pessoais e os expõe para os "Amigos", fazendo um verdadeiro ajuste de contas. Detalhe: 7 personagens são gays masculinos, e 1 deles, hetero. Os 7 são os "rapazes da banda"; cada um representa um estereótipo de um gay: tem o afeminado, o discreto, o que tem medo de sair do armário, o machão, o gostosão, o intelectual, o artista, etc. Eles se reúnem para comemorar o aniversário de um deles, Harold. No entanto, um ex-companheiro de apartamento de Michael, Alan, liga para ele e diz que precisa desabafar. Michael pede para o grupo para que, quando Alan chegar no apartamento, todo mundo segure a onda. Isso porquê Alan é hetero. E o filme se passa em 1970, uma era aonde o preconceito com os gays estava muito acirrado. E pasmem, onde todos viviam de uma forma libertadora, sem a menor preocupação com Aids. Os diálogos são afiadíssimos, precisos, um verdadeiro exercício de monólogos para atores que buscam cenas para os seus videobooks. Willian Friedkin conseguiu uma grande proeza de trazer dinamismo a um texto excessivamente verborrágico, defendido com muita garra por um excelente elenco, que mesmo sem experiência com cinema, manda muito bem, sabendo dosar interpretação para teatro e cinema. Eles estão verdadeiros, realistas em seus dramas. Mesmo o afeminado, tem o seu momento de brilho. Cada um tem o seu stand up. Fotografia brilhante, e uma trilha sonora recheada de pérolas pop, entre elas, "The look of love", de Burt Bacharach. Nota: 8

2 comentários:

  1. Excelente o seu comentário. Gostei muito. Assisti o filme e a montagem no teatro.Obrigado

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fabuloso!.vi pela primeira vez numa " Sessão de Gala" que passava aos sábados, na Globo, e nunca esqueci, achei bem impactante e divertido!Hoje,comprei o filme, em DVD.

      Excluir