sexta-feira, 18 de abril de 2014

Vivendo

"Zhit", de Vasili Sigarev (2012) "VivEsse filme possui 2 elementos que eu amo muito: ser um filme russo e ser um filme depressivo. Amo filmes depressivos! Aqui, acompanhamos 3 histórias paralelas, que jamais se cruzam, que têm como tema a morte de um ente querido. A 1a história é a de um menino que descobre que seu pai se suicidou, e é maltratado pela mãe e seu amante. Desesperado, ele clama pelo pai morto. A 2a história é a de um jovem casal. Numa noite, dentro de um trem, o rapaz é assaltado e espancado até a morte. Na 3a história, uma mulher entra em profundo estado de depressão após a morte de suas duas filhas gêmeas, provocado por um acidente de trem. Até que ela resolve desenterrar os corpos elevar para casa. O filme é um drama seco e tem uma narrativa fria. Em momento algum, faz concessões ao melodrama. A morte é sempre vista de uma forma aguda, forte. Feridas, sangue ou o vazio, nada fica indiferente à câmera excepcional do filme, emoldurada por uma fotografia que reforça a carga emotiva de depressão. Os atores russos sempre primaram pela interpretação, e aqui tem um time de primeira, rostos desconhecidos, mas de performance impressionante. A cena da mãe entrando em catarse no funeral das filhas é asfixiante. Outra cena provocadora e assustadora é o da mãe que tenta sufocar o filho com o travesseiro, para que ele se acalme. O assalto no trem também provoca arrepios. É o drama humano elevado à décima potência. No terço final, o filme abre um leque para o espiritismo, através de conversa dos familiares com os mortos. Premiado em inúmeros festivais europeus, é uma produção que merece ser vista pelos cinéfilos. Nota: 8

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