terça-feira, 15 de abril de 2014
Tom na fazenda
"Tom à la ferme", de Xavier Dolan (2013)
Vencedor do prêmio FIpresci no Festival de Veneza 2013, "Tom na fazenda" é baseado em uma peça teatral de Michel Marc Bouchard. Por isso mesmo, pela sua origem nos palcos, que esse filme de Dolan possui um formato essencialmente teatral. Muitos diálogos, alguns bastante duros e pouco espontâneos, essa nova empreitada do mais jovem cineasta a apresentar um filme em Cannes ( "Eu matei minha mãe", quando tinha 18 anos) brinca com a narrativa de Hitchcock. Tomando emprestado o mote do Homem que se descobre dentro de uma situação-limite, Dolan ainda faz uso de uma trilha que lembra bastante os acordes de Bernard Hermann nos filmes o mestre do suspense, aqui, assinado pelo renomado compositor Gabriel Yared. O filme narra a história de Tom, um jovem publicitário de luto, por conta da morte do namorado. Ele resolve ir para o funeral do falecido, na fazenda da família dele. Chegando lá, ele descobre que todos desconhecem que o filho morto era gay. O irmão do morto, no entanto, sabe de sua relação homossexual e começa a criar um jogo de gato e rato com Tom, impedindo que ele saia da fazenda e revele o segredo do irmão morto. A fotografia é bela, do eficiente André Turpin, de "Incêndios". As locações são belíssimas, e a fotografia realça esse clima de estranheza que aira no ar, através de cores escuras. Dolan continua na sua trip egocêntrica, atuando, escrevendo, dirigindo e editando o filme. O ator (Pierre-Yves Cardinal) que interpreta o irmão de seu namorado, é bom e intenso. É uma pena que o filme seja longo e chato ( um grande problema de Dolan em seus filmes, saber a hora certa de cortar cenas). Nota: 6
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