domingo, 20 de abril de 2014

Uma viagem extraordinária

he Young and Prodigious T.S. Spivet", de Jean Pierre Jeunet (2013) Ah, que dilema: gostei ou não gostei desse filme do Jeunet? Jean-Pierre Jeunet é dos poucos cineastas que conseguiram imprimir uma identidade visual em seus filmes. Basta um fotograma, e a gente j;a sabe que o filme é dele. E vamos combinar, a estética de seus filmes, principalmente "Amelie Poulain", continuam sendo referência para muita gente. Baseado no livro do americano Reif Larsen, "Uma Viagem extraordinária" narra a história de T.S. Spivet, um menino de 10 anos que mora em um rancho com seu pai, sua mãe , que é pesquisadora de insetos, sua irmã mais velha e seu irmão gêmeo, Layton. T.S. é um pequeno gênio, e um apaixonado pela ciência. Um dia, durante uma brincadeira com seu irmão, a arma atira e Layton morre. Carregando o sentimento de culpa, T.S. se fecha pro seu mundo de ciências. Um telefonema e sua vida segue um rumo: ele deve receber um prêmio em Washington, mas o juri nem faz idéia que ele seja uma criança. Essa é chance de T.S. fugir de casa e reconstruir sua vida. Jeunet novamente traz o seu universo, dessa vez aliado a tecnologia do 3D. É um filme estritamente visual: fotografia estonteante e colorida de Thomas Hardmeier, que parece de alguma pintura de tão perfeita. A trilha sonora com toques country. e claro, o arsenal de tipos bizarros que o filme vai mostrando ao longo da jornada do menino. E o ator-fetiche Dominique Pinon não poderia estar de fora. Ele interpreta um maquinista de trem, em pequena participação. Helena Bonham Carter se une à trupe, fazendo o papel da mãe. Aliás, esse filme tem uma forte referência dos filmes de Tim Burton, principalmente "Peixe grande" tanto pela presença de Bonham Carter, quanto pelo colorido e caráter lúdico da história narrada, como um conto infantil. Apesar de todos esses atrativos, o filme não acontece, É frio, tem uma narrativa morna e acaba não agradando nem a crianças nem aos adultos. Para os estetas, o filme tem muito a oferecer. Direção de arte e figurino maravilhosos. Alguns momentos de emoção, mas pouco para uma aventura anunciada de extraordinária. O pequeno ator Kyle Catlett, no papel de T.S Spivet, dá conta do recado nesse seu difícil papel, que infelizmente. é uma pequena mala sem alça. Nota: 7

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Pela conclusão de sua crítica quase eu deixei de apreciar este filme. Concordo que houve o problema relacionado ao desenvolvimento da história, ou seja, após o garoto abandonar sua casa rumo à cidade. Não houve um ´´ápice louvável`` nesta etapa do filme. Logo, definitivamente não fiquei satisfeito com o quesito ´´aventura``. Mas achei a proposta do filme maravilhosa. Pena que dá a sensação de que várias coisas faltaram para transmitir com eficácia tal proposta. Todavia, estou falando como um adulto. Não sei qual seria a opinião das crianças sobre o filme, embora acredito que a temática sobre a morte de Layton seja ´´forte`` demais para os pequenos, ou pelo menos não acredito que eles captem toda a mensagem que o filme quer transmitir. Porque convenhamos: este filme pode ser o que for, menos exclusivamente às crianças, por tratar de modo tão especial sobre a questão da relação pais e filhos.

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