quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A ciambra

"La ciambra", de Jonas Carpignano (2017) Candidato oficial da Itália `a uma vaga ao Oscar 2018, essa Co-produção, que tem entre seus produtores, o brasileiro Rodrigo Teixeira e o americano Martin Scorsese, é um retrato cruel da infância em terras italianas. A Ciambra é uma pequena comunidade cigana que se encontra situada na Calábria. Acompanhamos a família Amato: uma família numerosa, tentando sobreviver através da marginalidade. roubos, venda de drogas, suborno, assim como as famílias ciganas vizinhas. Pio, o adolescente de 14 anos, quer ser visto como um adulto, mas ele precisa passar por uma espécie de batismo: acompanha seu irmão mais velho nos atos criminosos, para aprender. Pio fuma, bebe, não estuda, não sabe ler. Um dia, o irmão mais velho e o pai de Pio são presos pela policia. Pio precisa então se tornar o homem da família, e para isso, se junta ao seu amigo Ayiva, um refugiado africano. Com uma linguagem quase documental que o aproxima bastante do Cinema dos irmãos Dardenne, "A ciambra" tem todo os elementos que o aproximam do cinema neorealista: não-Atores, filmagem em locações, roteiro que narra a rotina dos marginalizados. Toda a família de Pio, a família Amato, foi usada no filme, e impressionam nas suas performances, talvez ate porque interpretem a si mesmos. Gosto do filme, que tem lindas cenas bem fotografadas e orquestradas. Mas mesmo assim, senti que ele poderia ter tido uns 20 minutos a menos. Deu uma canseira lá pelo terço final, quando se torna repetitivo. A performance do menino Pio Amato impressiona bastante, e tem uma forte cena onde ele transa com uma prostituta. No inicio do filme, fiquei chocado também com uma cena de crianças com cerca de 5 anos fumando. Mundo cão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário