domingo, 15 de maio de 2016
High rise
"High rise", de Ben Wheatley (2015)
Alegoria futurista baseado no livro de J.G.Ballard, que entre outra sobras foi adaptado por Spielberg ( O império do sol) e David Cronemberg ( Crash- Estranhos prazeres). "High rise" foi adaptado para o cinema pela esposa do cineasta Ben Wheatley e deve ter sido uma adaptação bem complexa,. Nao li o livro, mas vendo o filme dá para perceber a extrema colcha de retalhos que o livro deve ser.
O filme se passa em um futuro incerto, distópico, tão em voga nessas últimas décadas. Um arquiteto famoso, Royal (Jeremy Irons) projeta um conjunto de arranha-céus onde a hierarquia social é instalada. Na base, o proletariado vive. No topo, os poderosos e muito ricos. As pessoas vão se isolando do mundo e tornado-se individualistas, pois tudo o que precisam para sobreviver existe no prédio: mercado, escola, serviços, etc. Tom Hiddleston ( o Loki de "Thor") interpreta Laing, um médico legista que habita o topo do prédio. Ele se relaciona com duas mulheres vizinhas, Charlotte ( Sienna Miller), esposa de um revolucionário (Luke Evans). A outra mulher é uma grávida, Helen ( Elisabeth Moss). No entanto, as classes menos favorecidas vão se rebelando, enquanto os poderosos promovem festas nababescas na cobertura. Ninguém mais pode sair do prédio, pois serão mortos pelas classes baixas.
Dito assim parece que é uma história simples, já vistas inúmeras vezes ( "O vingador do futuro'). Mas o que diferencia esse filme dos outros é a sua extrema estilização. O visual é todo anos 70, seja no figurino, arte, maquiagem e trilha sonora. revisitando "Sos", do Abba e músicas clássicas. A época é incerta, mas no final ouvimos declaração da primeira ministra Margareth Tatcher. O filme busca referências visuais e estéticas em cima de "Laranja mecânica" e "Brazil o filme". Muita câmera lenta, muito abuso de lentes e posicionamentos de câmera. Para quem busca um filme estranho, adulto, e que vá gerar muita discussão, é uma boa pedida. Quem busca apenas entretenimento, se afaste do filme. Ele não foi feito para isso.
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