segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Sacrifícios de Andrei Tarkovsky
"Jertivoprinosheniya Andreya Tarkovskovo", Denis Trofimov (2012)
Excelente documentário sobre vida e obra do cineasta russo Andrei Tarkovsky, que até hoje, influencia cineastas no mundo inteiro com a sua linguagem cinematográfica completamente pessoal. Longos travellings, planos-sequências, temas relacionados à culpa, ao exorcismo de fantasmas pessoais, às ciências, ao homem desolado com sua dor espiritual, a descrença absoluta na sociedade e nas pessoas.
Como diz um dos depoentes no filme, "Existe o Cinema e existe o Cinema de Tarkovsky". Ele é um Mestre dos simbolismos embutidos nas imagens. Através de seus 7 filmes realizados, ele demonstra a sua paixão pela arte de filmar. No documentário, ouvimos relatos de atores, técnicos e parentes sobre o seu processo criativo e de como sua vida pessoal guiou sua vida profissional. Namorou atrizes, casou-se com sua assistente, destratou o seu operador de câmera, e principalmente, tiranizou os seus atores. Mas mesmo extraindo do elenco o máximo do sacrifício físico e mental, esses o veneram e dizem que fariam qualquer coisa para entrarem na alma do personagem. Reza a lenda que as locações filmadas para o filme "Stalker" provocou a morte prematura de seus atores de de Tarkovsky, que morreu em 86 de câncer da garganta. Eram lugares poluídos, regiões contaminadas. A curiosidade em torno de "Stalker" e que eu desconhecia é de que o filme teve problemas técnicos e que Tarkovsky teve que refilmá-lo inteiramente, dessa vez, mudando o tom dos personagens.
Venerado no Ocidente mas execrado na União Soviética, onde era considerado não patriota. Mesmo com os vários prêmios internacionais, Tarkovsky sempre viveu na pobreza.
A colaboração com o roteirista italiano Tonino Guerra o trouxe até a Itália, e dali, não voltou mais para a União Soviética, deixando filho e esposa para trás fato que o deixou muito depressivo. Na Itália, filmou "Nostalgia"
Um documentário essencial para os fãs de um dos maiores Cineastas de todos os tempos.
Nota: 9
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