sábado, 26 de julho de 2014

O teorema zero

"The zero theorem", de Terry Gillian (2013) Todo mundo reconhece o Universo estético de Terry Gillian vendo apenas um frame de um filme seu. Cores vibrantes, painéis gigantes de propaganda, aquele ar de atmosfera distópica e vintage, com seus prédios enormes e infinitos e claro, muita estranheza na aparência das pessoas. Estilisticamente, ele se apropria de muitos efeitos especiais, lentes grandes angulares e travellings que avançam ou se afastam. Seus personagens têm problemas de comunicação, são solitários e invariavelmente se comunicam através de aparelhos. Em "O teorema zero", tudo continua igual. Parece que estou revendo "Brazil, o filme", um de seus clássicos, dos anos 80. Seus filmes são assim, meio atemporais. Poderiam ter sido exibidos a décadas atrás, ou hoje em dia. Num futuro distante ( sempre essa descrição nos filmes de ficção cientifica hehe) Qohen (Christoph Waltz) é um gênio da computação que trabalha para o Sistema. Ele fica enfurnado o dia todo em uma igreja que funciona como centro nervoso da manutenção cibernética. Ele tem como hábito esperar o telefone tocar e acreditar que alguém irá lhe dizer qual o sentido da existência humana. Seu Chefe, (Matt Damon) porém, lhe pede para que ele passe os seus dias resolvendo uma equação: O teorema zero, que é "tudo se resume a nada". Depressivo e temendo a morte , ao contrário da população, que é toda alegre e se distraem nos games e nos anuncios mega coloridos, Qohen é uma ameaça ao Sistema. Ele se utiliza de um serviço de Ciber-terapeuta ( Tilda Swinton, em uma caracterização muito parecida com "O expresso do amanhã", de Bong Joh Ho) e de uma prostituta online, Baisnley (Melanie Thierry), que o leva para um mundo qualquer , de acordo com os seus desejos. Assim como "Dr Parnassus", "O teorema zero" é um filme de grande apelo visual, mas confuso como idéia e roteiro. Aqui, Gillian ainda brinca de Deus e existencialismo, o que torna tudo mais pretensioso, lembrando muito " Fonte da vida", de Darren Aranofsky. A direção de Gillian continua criativa, os atores estão ótimos, mas fica aquela sensação de deja vu, de filme repetido. Espero encontrar num próximo filme de Gillian um tema que não seja sociedade distópica. A destacar a exuberante fotografia do italiano Nicola Pecorini. Nota: 6

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