sábado, 12 de julho de 2014
Fazendo amor
"Making love", de Arthur Hiller (1982)
Um dos filmes mais polêmicos e controversos do início dos anos 80, "Making love" entrou para a história do cinema por ter sido o 1o filme Mainstream de Hollywood a falar no tema da "saída do armário". Seu cineasta, Arthur Hiller, do mega-sucesso "Love story", inovou na linguagem do filme. Mesclando melodrama com depoimentos de divã com seus 3 protagonistas olhando para a câmera, o filme causou estranheza e repulsa por parte do público que desprezou o filme e pior, sepultou de vez a carreira de seus 2 promissores galãs de Hollywood, Harry Hamlin e Michael Ontkean. Caso semelhante aconteceu com Mathew Broderick, que após ter feito "Curtindo a vida adoidado", protagonizou "Torch song trilogy" no papel de um gay e foi massacrado pelos seus fãs, ficando em total ostracismo até voltar décadas depois, mas sem o mesmo brilho de antes.
O filme, realizado em 1982, e portanto, antes da Era da Aids, conta a história de Zach (Ontkean) e Claire (Kate Jackson), casados e felizes a 8 anos. Cheios de planos, o médico e a executiva de uma rede de televisão planejam a chegada de um filho até que um da Zach conhece Bart (Hamlin) em uma consulta de rotina em sua clínica. Em princípio atraído pela extroversão de Bart, Zach acaba se declarando para ele e acabam se beijando e transando. Mas Bart não quer um relacionamento e isso deflagra uma crise em Zach, que acaba descontando a sua infelicidade em cima de Claire.
A música "Making love", de Bart Bacharach, toca quase que o filme todo e gruda que nem chiclete na mente. Fora isso, o filme tem meia hora a mais, tornando-o cansativo e repetitivo. Mas é inegável que o filme, mesmo nos dias de hoje, ainda provoca frisson pelo seu conteúdo bombástico, embora desgastado pelo tempo em termos culturais. O trio de atores está excelente, incluindo a "Pantera" Kate Jackson, figura rara nos cinemas.
Atualizando o seu roteiro para os dias de hoje, o filme renderia uma boa peça de teatro.
Nota: 7
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