quinta-feira, 18 de abril de 2013

Prova de redenção

"Venuto al mondo", de Sergio Castelitto (2012) "Venuto al mondo", de Sergio Castelitto (2012) O ator e cineasta italiano Sergio Castelitto convidou Penelope Cruz, com quem já havia trabalhado em "Não se mova", a protagonizar essa história de amor ambientada durante a Guerra da Bósnia. Para tal, Castelitto se apossou do romance homônimo que sua esposa escreveu. Para fazer par romântico com Penelope, foi chamado Emile Hirsch ( "Na natureza selvagem"). E aí reside o maior problema do filme. Não existe química com o casal. Emile é muito mais jovem do que Penelope, e isso fica evidente nas telas. Castelitto resolveu esse problema através de uma frase, onde Cruz diz: " Quantos anos você tem? ", de forma debochada. Mas em momento algum do filme, fica claro esse amor. Ainda mais uma paixão fulminante. Não se entende o porquê da personagem dela ter esse fervor todo pelo personagem de Hisrch, um fotógrafo errante, que ela conhece por acaso durante a estada dela em Sarajevo no final dos anos 80, quando ela vai escrever uma tese. O filme narra essa paixão e também fala sobre a vontade do casal de ter filhos. Ela se descobre estéril e daí, o amor do casal dá lugar a luta que o fotógrafo empreende para poder ajudar a população de Sarajevo. O filme vai e volta no tempo, encontrando a personagem de Penelope já com mais idade, e com um filho adolescente. Ela retorna para Sarajevo a convite de um amigo e aí, vai relembrando a tragédia que se apossou do local. O filme, além do problema de casting, tem também pontos fracos residentes no roteiro. O filme é longo, e a primeira parte é toda focada na questão da maternidade. Fiquei o tempo todo querendo entender mais dessa Guerra, que ela invadisse mais a vida dos personagens. Afinal, a Guerra da Bósnia foi esquecida muito rápida, e no entanto, foi extremamente brutal. Angelina Jolie mostrou essa faceta cruel em seu filme " In the land of blood and honey". Aqui, se limita a mostrar alguns momentos de tensão e mais tardar, na revelação surpreendente da história, o ponto alto da trama. Mas até lá, o filme demora a acontecer, o que é uma pena. Castelitto obteve um grande orçamento para esse filme, filmou em locações reais em Sarajevo. Mas a sua direção, apesar de correta, pesou no melodrama e faltou na emoção. Outro ponto negativo é a maquiagem: na fase atual, a maquiagem de envelhecimento é pavorosa. Curioso que só pintaram os cabelos de grisalho e deram algumas rugas de expressão, mas o rosto continua jovial, o corpo cheio de vitalidade. O filho de Castelitto dá vida ao filho adolescente, Pietro. Jane Birkin faz uma participação especial na pele de uma agente de uma agência de adoçào de crianças. Ela está a cara da Lily Tomlin. A fotografia é um deslumbre, e a trilha sonora, curiosamente, recheada de canções pop. O filme tem todas as melhores intenções do mundo. Se vale ser visto? Sim. Mas infelizmente, não é aquele melodrama maravilhoso que a gente adora ver e se amocionar com uma história de amor impossível. Nota: 6

2 comentários:

  1. Boa noite. Vc acha que ele se matou por ter vivenciado tantos sofrimentos na guerra ? Inclusive quando ele atira no mar a câmera fotográfica ele visualiza na mente dele todos os rostos daquelas pessoas que sequestraram a Aska. Ele voltou a aplicar na veia LSD pra tirar toda a dor da vida. Aí te pergunto: ele depois que levou a Gemma e Pietro no aeroporto e que perdeu o passaporte..ele deixou de ama-la???

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  2. O comentário acima pode ser chamado simplesmente de spoiler. Vi metade do filme, parei e vim ler alguma crítica. Pronto, nem preciso ver o resto. Se bem que... filme chatinho...

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