domingo, 5 de agosto de 2012

Vou rifar meu coracão

de Ana Riper (2012)
O filme faz um apanhado sobre a influência da música brega na vida de pessoas comuns. Em seu documentário, Ana Rieper quer provar que as letras das músicas, em sua maioria falando sobre traicões, amores desfeitos, a famosa "dor de corno", são expressões reais de seus cantores, que se inspiraram em episodios de suas vidas afetivas e as traduziram nas letras. O filme entrevista ícones do brega, como Wando, Angaldo Timóteo, Nelson Ned, Lindomar Castilho, Amado Batista e outros, que relatam fatos curiosos de suas vidas, e como esses relatos se assemelham aos depoimentos das pessoas comuns, da classe média baixa. Atravessando cidades do Nordeste, principalmenre do interior, Ana Rieper induz ao espectador que os ambientes como bares, puteiros, jamais sobreviveriam seu a trilha sonora brega embalando as noites rom6anticas. O documentário é divertido, e conta com pelo menos dois depoimentos antológicos: o do prefeito e as suas duas mulheres, e a de uma mulher que diz que jamais se apaixonará de novo, sendo contestadas por sua comadre, que diz que ela deve separar sexo de amor. A fotografia, muito bonita, ficou a cargo de Manuel Águas. As locacões também são muito inspiradoras. A montagem deixa planos longos que incomodam. Por ex, a cena de uma mulher andando pelas ruas de uma cidade, ficou longa e sem sentido. A diretora deveria ter entrevistado também um público elitizado para dar depoimentos, pois ficou apena sfocado em pessoas humildes, o que contraria o depoimento de um dos cantores entrevistados, que diz que as pessoas de todas as classes sociais adoram a música brega. Entre os cantores entrevistados, o foco maior ficou em Agnaldo Timóteo. Inclusive o filme termina sem um desfecho, apenas com o depoimento de Timóteo e acaba abruptamente. Senti falta de mais músicas no filme, e a diretora tamb;em perdeu uma ótima chance de invadir a vida pessoal de Lindomar Castilho, que matou a sua namorada a tiros, após encontra-la na cama com um amante, levando na prática o que ele pregava nas letras de suas músicas. Após ter assistido ao excelente "As cancões", de Eduardo Coutinho, "Vou rifar meu coracão" perde o ineditismo, mas ganha em beleza pela sua fotografia. Nota: 8

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