sábado, 4 de outubro de 2025
Aisha não pode voar
"Eayshat lam taeud qadiratan ealaa altayaran", de Morad Mostafa (2025)
Concorrendo no Festival de Cannes 2025 na Mostra Un certain regard, "Aisha não pode voar" é uma co-produção da Tunisia, Qatar, Egito, Arabia Saudita, Sudão e Alemanha. O filme tem como pano de fundo a capital do Egito, Cairo, como um barril de pólvora prestes a explodir. Guerra entre gangues, imigração descontrolada, pobreza em alta. No bairro de Ain Shams, dominado pelo tráfico e povoada por imigrantes, entre eles, a sudanesa Aisha (Buliana Simona, uma modelo estreando no cinema). Ela tem 26 anos e é cuidadora. Ela tem vários clientes, entre eles, um idoso cadeiramte que abusa s3xualm3nt3 dela. Aisha tem um relacionamento com um cozinheiro egípcio. Um gangster do bairro a obriga a entregar chaves de seus clientes para assaltarem, em troca da permanência dela no pequeno apartamento onde ela mora. Os poucos e raros momentos de alegria, são quando ela se une à outras mulheres imigrantes e dançam. Tem uma cena que define a situação de Aisha, uma mulher silenciosa, passiva e anônima: uma criança, filho de um cliente, pede que ela use a máscara do Batman. Essa imagem de Aisha com a máscara, apresenta uma heroína que ela nem sonha em ser, mas nessa fantasia, ela se coloca nesse lugar.
Com 2 horas de duração, o filme se torna bastante cansativo. Ainda assim, é um filme forte, denso, com ótima performance da atriz protagonista e apresenta um Egito totalmente diferente dos cartões postais: a cena final, uma guerra entre gangues, me fez lembrar de "Cidade de Deus".
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