sábado, 17 de agosto de 2024
John
"John", de Le Han (2023)
Excelente drama independente LGBTQIAP+, "John" remete a clássicos indies como "Tangerine", de Sean Baker, e "Kids", de Larry Clark. São exemplos de filmes crus, realistas e apresentando figuras marginalizadas da sociedade envolvidas com drogas, sexo, prostituição em uma grande metrópole. Escrito e dirigido pelo cineasta vietnamita Le Han, radicado em Los Angeles, o filme foi todo rodado com um Iphone. Filmado na parte decadente de Los Angeles, West Hollywood, o filme retrata de forma bastante pessimista a rotina de jovens garotos de programa que fazem michê nas ruas, tendo clientes violentos, depressivos e homofóbicos de idades variadas. Não esperem romantização na vida desses garotos: é só pedrada.
John (Sebastián Pérez) é um rapaz latino de 18 anos. Ele é um sem teto e sobrevive fazendo michê nas ruas. Constantemente, ele apanha de seguranças das ruas, de seus clientes que o maltratam. Sua única amiga é Peaches (Céline Jackson), uma jovem mulher trans negra que também faz michê. Para tentar aumentar a clientela, John procura o gigolô e michê Michael (Seth Hafley), que fotografa John para postar em sites.
O filme apresenta os garotos da forma mais marginal possível: eles roubam, enganam clientes, se drogam e alguns convivem com HIV e continuam fazendo programas. É uma narrativa quase documental, muito depressiva. A excelência do trabalho do jovem elenco, que inclui um grupo de garotos de programa reais, fazem o filme se tornar ainda mais melancólico e perverso na sua triste realidade: são michês de rua, sem glamour, sem luxo, apenas tentando sobreviver. Uma salva de palmas para a atriz Celine JAckson, brilhante em sua performances extremamente carismática e efusiva. Algumas cenas envolvendo clientes mais velhos e John são de dor a alma, tamanha a tristeza. Uma aula de como fazer cinema independente e autoral sem orçamento.
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