"Fica mais escuro antes do amanhecer", de Thiago Luciano (2018)
Rodado na Patagônia e Brasil, esse drama apocalíptico dirigido, escrito e protagonizado pelo ator Thiago Luciano é uma alegoria sobre perdas. Em um povoado no interior rural, sem identificação, moram o casal Iran ( Thiago Luciano) e Lara (Lucy Ramos, casados na vida real). Em luto pela morte do filho pequeno, Lara entre em depressão e deixa de falar com o marido. Iran trabalha em uma fábrica de gelo, cujo chefe, Luciano (Caco Ciocler) possui muitas excentricidades. O vilarejo recebe a informação que em poucos dias o sol sumirá e o inverno e o frio tomará conta de tudo.
O filme tem impressionantes fotografia, de Andre Besen, trilha sonora, de Teco Fuchs, e direção de arte de Phelipe Vittorelli, impressionantes para um filme de baixo orçamento. O roteiro, no entanto, demora a seduzir o espectador. Com muitas metáforas e cenas que buscam a poesia, o filme perde o foco ao sair da história do casal protagonista para ilustrar inúmeras cenas bizarras envolvendo Luciano, em uma performance estranhíssima de Caco Ciocler, que destôa do tom do filme. Entre exageros teatrais e estilização buscando planos e momentos de puro deleite, o filme acaba se tornando uma experiência mais sensorial para os olhos do que para se envolver em uma história cativante. No entanto, a cena final merece ser apreciada, pelo esmero da fotografia e da direção, em um registro bastante melancólico.
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