sábado, 1 de novembro de 2014
Ar livre
"Aire libre", de Anahí Berneri (2014)
Ou o "declíno de uma familia argentina". A cineasta argentina Anahí Berneri faz aqui um retrato cruel e intimista de um casal bonito e bem sucedido. Aos olhos dos outros, um par perfeito. Na rotina do lar, ao abrir as portas para o espectador em cenas totalmente invasivas ( banho, cortando unha de pé, etc) , acompanhamos a degradação moral dos dois , através de xingamentos, porradaria, traições, e o pior, tudo sob o olhar do pequeno Sami, o filho de 7 anos, que é quem sofre com tudo isso.
Manuel e Celeste ( Leonardo Sbaraglia e Celeste Cid, bárbaros e intensos) são um engenheiro e uma arquiteta. Ao resolverem se mudar para uma casa nova, ainda me construção, eles vão morar na casa da mãe de Celeste. A partir dai, rusgas antigas surgem, dando o tom de uma união que não se sabe bem o porquê, está por um fio.
Como espectador, não consigo entender o motivo ( e o filme não explica) porquê a esposa não quer mais transar com um marido perfeito como esse: bonito, corpo definido, pinta de galã como Leonardo Sbaraglia. Louca, bipolar? Dá até para entender do personagem dele querer partir para outras investidas, já que em casa não dá para se comer nada ( nem a comida da sogra).
A direção de Anahí Berneri é elegante e ela investe em planos longos e elegantes. As cenas de sexo são bem intensas, e a ousadia do filme se reside na total exposição de Leonardo Sbaraglia, que fica nu em várias cenas, inclusive frontal, sem qualquer vaidade ou constrangimento.
O titulo, bem apropriado, define o estado emocional do casaL; sufocados, em busca de ar livre.
O filme tem um ritmo muito lento, e os 100 minutos paracem ser quase 3 horas de filme. No final das contas, um drama intimista, nada original, mas eficaz.
Nota: 7
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