sábado, 1 de novembro de 2014
Alguém deve ceder
"Nånting måste gå sönder/Something must break", de Ester Martin Bergsmark (2014)
De tempos em tempos, surge um filme de temática gay que vira o filme de cabeceira da garotada antenada. Foi assim com 'Delicada atração", "Brokeback mountain", "O banquete de casamento", Hoje eu quero voltar sozinho" e agora esse filme sueco "Alguém tem que ceder". O que os aproxima, além do amor entre iguais? A impossibilidade do amor, envolto por conflitos morais e sociais.
Talvez a maior diferença com "Alguém deve ceder"com os outros citados, é que aqui o sexo é pra valer. Nudez total e alguns fetiches gays, tais como "golden shower", pegação em banheiro, dark room, sexo grupal e o primeiro fio terra, que o protagonista jamais esquecerá.
Dito assim, parece até que o filme é pornográfico. Ele está a um passo de ser: mas a direção de Ester Martin Bergsmark suaviza aonde a situação pesa.
O filme conta a história de Sebastian ( o ator transsexual Saga Becker), um empilhador de um varejão, que ao fazer pegação em um banheiro, é surrado. Ele é salvo por Andreas ( Iggy Malmborg), um jovem punk. De imediato Sebastian se apaixona por Andreas. Mas Andreas não é gay. Mas ele se apaixona pelo alter ego de Sebastian, Ellie, que é a porção feminina dele. Eles se amam, se curtem, mas Aadreas entra em um conflito. Precisa que Sebastian se torne de vez em Ellie para poder amá-lo.
Um romance de temática difícil, mas defendido com garra e força pelos 2 jovens atores, deslumbrantes em seus papéis. Uma entrega fenomenal de Saga Becker, que nunca havia atuado, e de Iggy Malmborg, um rosto bonito e muito talentoso. Ficam nús, ficam excitados, se beijam, se amam. Atores corajosos e vibrantes, que merecem os prêmios que ganharam em Festivais mundo afora. O filme foi exibido com sucesso por Rotterdã, Toronto, Tribeca e outros.
O que talvez possa afastar o público do filme é a sua porção "filme de arte". Com planos estilizados, planos longos, ritmo lento, o filme mostra uma marca, mesmo que às vezes, esse filme de autor sôe fake demais ( planos esteticamente publicitários, na cena da transa em grupo num dark room chega a lembrar momentos de "Ninfomaníaca" e sua velocidade de 300 frames por segundo.
Ousado, é para gostos incomuns afoitos por cinema cru. E de presente, imagens estonteantes de Estocolmo. O título do filme vem de uma faixa do Joy Division, "Slow".
Nota: 7
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