domingo, 16 de junho de 2013

Paraíso: Fé

"Paradies: Glaube", de Ulrich Seidl (2012) Fatima Toledo pelo visto andou praticando seu método de direção de atores na Austria. A atriz Maria Hofstätter apanha o filme quase que todo, se pune, se chicoteia, se arrasta pelo chão, num processo de atuação que me deixou muito chocado. Sou muito fã dos filmes extremamente crus e hiper-realistas de Ulrich Seidl. Desde o seu 1o filme, "Dog days", passando por "Import Export", "Paraiso:Amor", Ulrich tem incomodado platéias e críticos com suas cenas de extrema violência física e psicológica, sexo explícito, em tramas que geralmente abordam o universo feminino, de mulheres maduras que sofrem de depressão e que desejam desesperadamente tentar fugir da rotina exasperante. "Paraíso:fé", é o terceiro de uma trilogia, que começou com "Amor", e prosseguirá com "Esperança". O filme narra a história de Anna, uma enfermeira católica que faz parte e um grupo de religiosos fervorosos que pregam a palavra de Deus, e cuja intenção é trazer a religião de volta na vida das pessoas. Quando ela tira férias do trabalho, ela resolve visitar os vizinhos e fazer com que eles se convertam ao catolicismo. Assustada com a falta de fé das pessoas, Anna se pune, como forma de se sacrificar pelos pecados dos homens. Um dia, porém, seu marido muçulmano e aleijado retorna para casa, e tenta Anna a voltar aos tempos de esposa que divide os prazeres da carne. Não é um filme fácil de ser visto: é lento, quase muito pouca coisa acontece em cena, e o que se vê são várias cenas onde a personagem apanha o tempo todo. A fotografia, a cargo do americano Edward Lachman ( "As virgens suicidas", "Eu não estou aqui") e Wolfgang Thaler é estonteante. Existe uma cena de tempestade cuja côr é algo indescritível de tão bela. Ulrich sempre expõe o sexo de forma crua, feia, suja, sem tesão. Aqui, temos uma cena de orgia num parque, onde Anna irá flagrá-los em pleno ato. É uma cena repugnante, onde os atores praticam sexo real, explícito. Um filme pouco recomendável para pessoas sensíveis, principalmente os religiosos. Nota: 7

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