terça-feira, 18 de junho de 2013

Europa 51

"Europa 51", de Roberto Rosselini (1952) Preciso urgentemente resgatar clássicos do cinema que não tive oportunidade de assistir até então. "Europa 51" me foi indicado por ninguém menos que Martin Scorsese, em seu livro "Conversas com Scorsese". Ele diz que foi um filme muito importante em sua formação de cinéfilo, ao mostrar as agruras de uma mulher da alta burguesia que se converte ao Cristianismo. Cinema e religião sempre andaram de mãos dadas, às vezes de forma brilhante, outras nem tanto. Ingrid Bergman, ainda sob o peso do escândalo de seu casamento com o cineasta Roberto Rosselini, abandonou sua carreira em Hollywood para abraçar as causas do marido, mais voltados ao cinema neo-realista italiano. Rosselini, católico confesso, fez da personagem de Bergman uma versão moderna pós-guerra de Sào Francisco de Assis. Bergman interpreta Irene, uma mulher casada com um embaixador. Americana, ela abdica de sua terra natal para morar com o marido em Roma. De vida fútil, ela dá pouca atençào ao seu filho, que carente, comete suicídio. Sentindo-se culpada, Irene aos poucos presta atenção aos ideais comunistas do seu amigo médico Andrea, que a leva à periferia de Roma e assim, ela começa a fazer contato com a pobreza. Irene resolve dedicar sua vida aos pobres, sentindo-se então recompensada pelo seu sentimento de culpa. Mas o seu marido desconfia de suas reais intenções. Woody Allen, quando fez "Simplesmente Alice", com certeza deve ter se inspirado nesse filme para compôr a personagem de Mia Farrow, que também tem sua vida de burguesa transformada em atos de bondade. Ingrid Bergman está maravilhosa, com aquele olhar angelical e terno. estranho ouvir ela sendo dublada em italiano. Giuletta Masina tem uma cena antológica com Bergman, um encontro de titàs. É uma cena de almoço dentro do barraco de Masina. Que beleza de atuações. Um filme que merece ser visto, mesmo que para os olhos dos espectadores modernos, soe datado. Nota: 8

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