sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Mapas para as Estrelas
"Maps to the stars", de David Cronemberg (2014)
O Cineasta canadense é famoso no mundo inteiro por mostrar em seus filmes o lado bizarro, aterrorizante, violento e monstruoso dos seres humanos. Aqui em "Mapa para as Estrelas", Cronemberg larga mão dos efeitos especiais e vai direto ao assunto: a sua matéria prima é o próprio Cinema e a sua Indústria do entretenimento. Os seres monstruosos aqui são muito piores. A ira e a inveja dominando corações e mentes de quem faz parte desse jogo: Atores, produtores, cineastas, motoristas de limunises, astros mirins, produtores de elenco, assistentes pessoais. Ninguém presta e são todos 100% doentes ou paranóicos.
Cronemberg assume sua porção Robert Altman ao mostrar um olhar devastador sobre Hollywood. Mesclando drama, humor negro e violência, ele inaugura a comédia em sua filmografia de forma muito peculiar. A primeira parte do filme vai divertida e faz uma radiografia dos fetiches e loucuras de quem habita Los Angeles. A segunda parte, aí entra Cronemberg que conhecemos: Incesto, assassinatos, suicídios, neuróticos.
O curioso é ver o ator Robert Pattinson, que havia trabalhado com Cronemberg em "Cosmopolis" no personagem de um rico empresário que não saia de sua limusine, agora fazendo o papel de um chofer de limusine em Hollywood.
O filme narra a história de Agatha (Mia Wasikowska), uma jovem que desembarca em Los Angeles. Ela vai trabalhar como assistente pessoal da atriz decadente Havana Segrand (Juliane Moore), uma neurótica que faz terapia com o charlatão Dr Stefford (John Cusack). Ela é pai de Benjie, um astro mirim problemático. Agatha na verdade é filha de Stefford, que a internou em uma clínica psiquiatrica após ela ter tentado matar seu irmão, depois da recusa dele em querer casar com ela. Outros personagens estranhos habitam esse universo caótico construído por Cronemberg, que se baseou no livro de Bruce Wagner.
O Elenco todo está formidável. Juliane Moore ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes 2014. Sua atuação é impecável como a louca atriz neurótica. Evan Bird também está antológico como o astro mirim Benjie.
Um filme com diálogos ferinos, direção segura e de teor explosivo. Para os detratores de Hollywood , é um filme imperdível.
Nota: 8
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