terça-feira, 23 de setembro de 2014
À procura
"The captive", de Atom Egoyan (2014)
O cineasta canadense Atom Egoyam foi uma grande promessa do cinema independente dos anos 90, quando surgiu com títulos como "Exotica" e "Um doce amanhã". Mas ele perdeu a mão, e na entrada do século XXI, não encontrou mais nenhum sucesso de crítica.
Com esse "Prisioneira", Egoyam mais uma vez volta ao seu tema predileto: a perda de entes queridos, e como essa ausência influencia na vida dos familiares e pessoas próximas. Foi assim em "Um doce amanhã" e "Sem evidências", seu filme anterior.
Cassandra é uma menina de 5 anos que foi sequestrada dentro do carro. Seu pai , Matthew (Ryan Reynolds) é acusado de ter vendido a sua filha. A polícia e sua esposa não acreditam em suas palavras. 8 anos se passam, e agora separado, Matthew tem evidências de que a menina está viva, por conta de provas da polícia que encontrou fotos da internet que parecem ser dela.
O filme trata de temas espinhosos como pedofilia, pornografia infantil e abuso sexual. O roteiro de Egoyam é esquizofrênico e sem pé em cabeça. Ele cria uma rede de computadores onde os pedófilos tem acesso aos computadores da polícia. Outras loucuras, como a mãe da menina observar objetos da filha espalhados nos lugares onde ela trabalha, colocados ali pelos pedófilos. Porque eles agem dessa forma? Para serem presos? Não dá para entender.
O elenco está razoável, o filme é longo e com um ritmo por demais arrastado. Somente no final o ritmo acelera, mas aí já perdeu o bonde.
Nessa mescla de drama e suspense, Egoyam teve o grande azar de lançar depois de "Suspeitos", filme de Gilles Villeneuve, também canadense, sobre o mesmo tema e com muitas situações semelhantes, e com Hugh Jackman no papel principal. Assim como "Prisioneira", o pai aqui também é acusado de negligência e vai atrás dos suspeitos.
Concorrendo em Cannes 2014, o filme foi muito vaiado pelos jornalistas.
Nota: 5
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