sábado, 6 de setembro de 2014
As duas faces de janeiro
"The two faces of january", de Hossein Amini (2014)
Longa de estréia do roteirista iraniano Hossein Amini, autor do roteiro de "Drive". Baseado no livro de Patricia Highsmith, também autora de "Pacto sinistro", filmado por Alfred Hitchcock, a maior inspiração do cineasta Hossein Amini aqui nesse filme.
"As duas faces de janeiro" é um filme de produção sofisticada e glamurosa, filmado à moda antiga. Ambientado na Grécia e Turquia de 1962, a história gira em torno de um mundo dominado por homens ricos e poderosos e por vigaristas.
O guia charmoso e sedutor Rydal (Oscar Isaac, do filme " Balada de um homem comum", dos irmãos Coen) conhece, em Atenas, o casal Chester (Viggo Mortensen) e Colette (Kirsten Durnst). FAscinado pela sofisticação de Chester e pela beleza de Colette, Rydal se aproxima dos dois. O que ele não poderia imaginar é que Chester seja um vigarista procurado pela polícia, e pior, testemunha um crime cometido por ele. Os três fogem para não serem pêgos, mas no caminho diferenças entre os homens levará a história a um destino trágico.
O cineasta Hossein Amini levou 15 anos para poder botar nas telas esse projeto ambicioso, exibido em Berlin no ano de 2014. Fotografia deslumbrante de Marcel Zyskind. trilha sonora de Alberto Iglesias que faz homenagem aos acordes de Bernard Hermann, compositor mítico de Hitchcock e paisagens paradisíacas em Atenas e Istambul. Com tanto glamour, somado ao talento do trio principal o filme tinha tudo para dar certo. Mas é justamente no maior talento de Amini, o roteiro, que o filme peca. Sem grandes sobressaltos, e com viradas à moda antiga, o filme se desenvolve morno, tedioso e óbvio. Nenhum dos 3 atores tem um momento de grande interpretação, muito por conta de um texto que não os desenvolve com vigor.
Poderia comparar esse filme a "O talentoso Mr Ripley", de Anthony Minghella, que tem uma atmosfera e desenho de cena parecidos. Mas o filme de Minghella se sobressai porquê o roteiro leva o protagonista a uma situação de desespero pela condição de beco sem saída. Aqui, ficou faltando esse suspense, típico de Hitchcock, que é o tema do homem errado.
Para os apreciadores de filmes bonitos, essa é uma boa pedida.
Nota: 6
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